Sociedade | 21-05-2006 09:57

Comando dos bombeiros do Cartaxo demite-se em bloco

O comando da corporação de bombeiros do Cartaxo demitiu-se ontem em bloco contra aquilo que considera ser uma política autárquica de cortes orçamentais que levou à saída de sete elementos.Em declarações à Agência Lusa, Paulo Catarino, comandante demissionário dos bombeiros, explicou que a estrutura perdeu sete elementos profissionais, dois deles por não renovação dos contratos, colocando em causa a própria gestão do dispositivo de protecção civil."Face à contenção das despesas não posso continuar a assumir a responsabil idade desta situação", afirmou o comandante que já viu o seu pedido de demissão aceite pela autarquia, à semelhança do resto dos elementos de comando.Os bombeiros do Cartaxo são um corpo misto, com cerca de três dezenas de elementos profissionais e outros tantos voluntários, e este impasse na gestão da corporação tem estado a arrastar-se desde Janeiro, quando foi público que a autarquia queria impor novos cortes."Nós já reduzimos muito nas despesas de pessoal mas não podemos fazer mais ", afirmou Paulo Catarino, que irá manter as funções de comandante somente até a o final do mês.Ontem de manhã, decorreu uma reunião entre os bombeiros e a autarquia, que garante a escolha de um comando de acordo com as necessidades da corporação e do concelho, mas que respeite as novas regras orçamentais. No entanto, esta posição da autarquia poderá levar ao abandono de grupos de voluntários da corporação, como explicou à Agência Lusa um dos bombeiros, que deu um prazo de uma semana a todas as partes para ultrapassar o impasse."Se ficar tudo na mesma, vamos levar os nossos capacetes e machados à Câmara e eles que apaguem os fogos", afirmou um dos bombeiros, secundado por outros."O nosso comando tem muita qualidade e muita competência e não aceitamos que, por questões políticas, o nosso trabalho seja prejudicado", afirmou outra bombeira, que também pediu o anonimato. Esta voluntária garante mesmo que "não volta à corporação" se o actual comando sair das funções, já que não reconhece competência noutros elementos para assumir esses cargos.Presente na reunião, Paulo Caldas, presidente da Câmara do Cartaxo, nega que apenas estejam em causa a saída de bombeiros mas sim um "novo conjunto de regras de funcionamento" com um "modelo de gestão" que obedeça a regras de financiamento mais definidas."Não está em causa a política de formação da corporação de bombeiros nem a sua eficácia operacional", afirmou o autarca, "O senhor comandante indisponibilizou-se para essa alteração de regras e colocou o lugar à disposição", explicou o edil que promete agora uma "mudança tranquila dentro do comando".Paulo Caldas recorda que o crescimento do número de bombeiros tem sido uma constante desde que tem responsabilidades autárquicas mas "as circunstâncias presentes obrigam a uma política de renovação de contratos" que "não seja cega" e a uma "gestão equilibrada de recursos humanos"."Tenho um grande respeito pela corporação de bombeiros" e "prometo que será um comando profissional de pessoas capazes de fazer o seu serviço", afirmou ainda o autarca.

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