Sociedade | 08-02-2008 13:37

Reclusos do estabelecimanto prisional de Santarém recusam comer

Os reclusos do estabelecimento prisional de Santarém estão a fazer hoje "boicote à comida", em solidariedade com os três presos em greve de fome, disse à Lusa o familiar de um detido.Fonte da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (GDSP) confirmou à Lusa que, de manhã, nenhum dos reclusos se apresentou para tomar o pequeno-almoço servido pelo estabelecimento prisional (EP).A fonte familiar adiantou que os reclusos não estão em greve de fome, apenas decidiram não comer durante todo o dia de hoje, em solidariedade com os que se encontram em greve de fome em protesto contra a anunciada transferência para a cadeia de Évora.Segunda-feira, dois dos perto de 30 reclusos que se encontram actualmente no estabelecimento prisional de Santarém, elementos das forças de segurança, na maioria da PSP, entraram em greve de fome, tendo-se-lhes associado um terceiro recluso na terça-feira.A Direcção-Geral dos Serviços Prisionais confirma que os três reclusos se mantêm em greve de fome, estando a ter acompanhamento médico.A fonte familiar adiantou que os familiares dos reclusos que se encontram em greve de fome marcaram para domingo à tarde uma vigília de protesto em frente ao EP de Santarém.Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sócio-Profissional da Polícia (ASPP/PSP), disse à Lusa que, segundo as informações de que dispõe, os três reclusos encontram-se bem, mas convictos de que a luta que encetaram "pode ser dura".No seu entender, os motivos da transferência destes reclusos para Évora continuam por esclarecer, ficando por justificar por que razão se investiram 1,7 milhões de euros na transformação do estabelecimento prisional de Santarém para acolher reclusos das forças de segurança, magistrados ou advogados."Esta cadeia tem todas as condições para acolher estes reclusos", disse, afirmando não compreender a "grande vontade" de os transferir para Évora.Além de contestarem a falta de condições do estabelecimento prisional de Évora, que viu a sua classificação de EP regional ser alterada para EP de alta segurança no mesmo diploma que extinguiu a cadeia de Santarém, os reclusos alegam que ficarão mais afastados das famílias.No dia em que o diploma foi publicado em Diário da República, a semana passada, deram entrada no Tribunal Administrativo de Leiria duas providências cautelares, uma colocada pelo advogado dos reclusos e outra pelo Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), visando impedir o encerramento do EP de Santarém. A transferência dos perto de 30 reclusos foi marcada para decorrer entre quinta-feira e sábado desta semana, mas até ao momento não se iniciou."Eles serão avisados com duas horas de antecedência, mas, não sei se devido à contestação, até agora não começaram a transferi-los", disse a fonte familiar.A fonte da DGSP garantiu que o protesto desencadeado pelos reclusos não travará a transferência e que ela só não se iniciou ainda "por razões de logística".

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