O presidente da SimTejo, empresa multimunicipal responsável pelo tratamento dos efluentes na Grande Lisboa, prometeu hoje o fim das descargas sem tratamento para o rio Tejo até 2011.O concelho de Vila Franca de Xira é neste momento aquele que apresenta uma taxa de tratamento menor, cerca de 25 por cento, sendo por isso também o município onde existe maior intervenção por parte da SIMTEJO, que acredita desta forma conseguir atingir os 90 por cento até 2010.“Vila Franca não beneficiou de fundos comunitários o que não lhe permitiu construir nenhuma estação de tratamento”, justificou.Através nova ETAR de Alverca e dos seus interceptores, obras estimadas em cerca de 30 milhões de euros, e da ETAR de Vila Franca de Xira, Carlos Martins acredita que o concelho “vai recuperar do atraso” face aos concelhos de Lisboa e Loures que apresentam taxas de tratamento de águas residuais de 80 por cento e 95 por cento, respectivamente. “Estamos a fazer todos os possíveis para que essa situação se verifique”, assegura.“Admito que algumas partes do estuário do Tejo, onde a actividade piscatória é menor, possam recuperar as espécies que já lá habitaram”, disse à Lusa o presidente da SimTejo, Carlos Martins, que justifica a degradação ambiental do rio também com a "intensa actividade portuária" da zona. “Existem evidências claras de uma melhoria na qualidade de água do estuário do Tejo, nomeadamente nas áreas de intervenção da SimTejo”, apontou Carlos Martins.A empresa foi criada em Novembro de 2001 e desde então recolhe, trata e rejeita águas residuais dos municípios de Vila Franca de Xira, Amadora, Lisboa, Loures, Mafra e Odivelas abrangendo um total de 1,5 milhões de habitantes, dos quais cerca de 200 mil ainda continuam sem tratamento e a descarregar os afluentes para o Tejo.No entanto, Carlos Martins confia que em 2011 “o problema estará solucionado” após a concretização de obras como a ETAR de Alcântara em Lisboa e de Alverca no concelho de Vila Franca de Xira.