Sociedade | 09-05-2009 07:31

Sessenta cabeças de gado apreendidas e abatidas em exploração clandestina

A Divisão de Intervenção Veterinária do Ribatejo (DIVR) em conjunto com o veterinário municipal de Santarém apreenderam e abateram, no dia 27 de Abril, cerca de 60 cabeças de gado bovino que estavam numa exploração clandestina no Vale de Santarém, concelho de Santarém.A denúncia foi feita através do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, tendo a DIVR e o veterinário municipal ido ao local onde se depararam com um cenário deplorável. “Encontrámos cadáveres de animais que estavam junto de animais ainda vivos. Estes alimentavam-se dos animais já em putrefacção e de cascas de laranja. Era uma lixeira humana e animal e como problema de saúde pública não podíamos permitir que aquela situação continuasse”, explicou a chefe da Divisão de Intervenção Veterinária do Ribatejo, Susana Costa.O veterinário municipal, Francisco Marçal Grilo, também esteve no local e confirmou que havia cerca de seis dezenas de cabeças de gado, todas em situação ilegal, sem documentos. Desses 60 animais, cerca de 12 estavam mortos no local. O veterinário e a sua equipa retiraram cerca de nove no dia em que lá estiveram. “Falta retirar três cadáveres que serão removidos assim que possível. Aquela exploração estava num estado lastimável sem condições de saúde para quem ali vivia por perto”, referiu Francisco Marçal Grilo a O MIRANTE.O responsável daquela exploração era António Esteves, mais conhecido por António “Faxina”, natural do Frade de Baixo, concelho de Alpiarça, mas a viver há cerca de dez anos dentro de uma carrinha junto dos animais. Assim que soube da intervenção das autoridades, António Esteves, 59 anos, dirigiu-se aos serviços de Santarém da Divisão de Intervenção Veterinária do Ribatejo pedindo uma explicação para o sucedido. Como não conseguiu falar com os responsáveis ficou à porta à espera que lhe arranjassem uma solução uma vez que, segundo o produtor de gado, este era o seu único meio de sustento.“O gado era a minha vida. Mataram-me os animais sem avisar. O que é que vai ser de mim agora que perdi o meu único meio de sustento? Não tenho para onde ir, arruinaram a minha vida”, gritava à porta dos serviços em Santarém enquanto elementos da PSP o tentavam acalmar.Ao final da tarde de terça-feira, 28 de Abril, António Esteves teve uma subida de tensão e deu entrada no Hospital Distrital de Santarém, segundo confirmou o administrador da unidade, José Josué, acrescentando que este queixava-se também de dores no peito. Teve alta clínica na quarta-feira, dia em que deu entrada no Lar da Misericórdia em São Domingos, Santarém, onde se encontra actualmente. O caso já foi comunicado ao Ministério Público e está em fase de inquérito.

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