Sociedade | 13-05-2009 13:25

Vizinhos não gostam de exposição de campas junto a vivendas

Uma agência funerária de Vila Nova da Barquinha decidiu expor meia dúzia de campas num relvado privado na Rua do Lagarito, na zona norte da localidade. As pedras foram colocadas com autorização do proprietário pelo que Aníbal Silva, dono da funerária, aberta há três semanas, diz que não está a cometer qualquer tipo de ilegalidade. “O terreno é privado e a Câmara da Barquinha já tem conhecimento da situação. Mesmo assim, e porque quero, vou colocar um pano em toda a vedação devido a não querer incomodar as pessoas” disse a O MIRANTE. O terreno encontra-se vedado com rede e a poucos metros de um conjunto habitacional. A agência funerária encontra-se localizada a cerca de cem metros, do outro lado da rua. Segundo apurámos, na sequência de algumas queixas de munícipes, um fiscal da câmara deslocou-se ao local na manhã de segunda-feira tendo solicitado verbalmente ao proprietário da agência que vedasse o espaço de forma a que as pedras não fossem vistas da via pública. Decisão que Aníbal Silva acatou de imediato e resolveu no dia seguinte. Segundo O MIRANTE apurou junto de fonte camarária, o regulamento municipal é omisso no que concerne a este tipo de situações em concreto pelo que a solução foi recorrer à política de bom-senso. As pedras foram colocadas na sexta-feira, 8 de Maio. Maria João Pedro diz que ficou surpreendida quando reparou que alguém tinha montado um mostruário de campas num pedaço de terreno relvado. Um “espectáculo” que considera, no mínimo, “macabro”. Também um morador de uma das vivendas vizinhas revela a mágoa que sente ao olhar para o cenário. “A minha esposa faleceu há 11 anos, quando estava a construir esta casa, pelo que isto só me aviva a memória”, aponta, reforçando que na questão não foi visto nem achado. A assistir à conversa, outro habitante aponta que, por seu turno, a exposição das pedras fúnebres não o incomoda minimamente. Igual reacção foi recolhida junto de outros habitantes da vila para quem o empresário “apenas está a fazer pelo negócio”.Aníbal Silva considera que as pessoas melindradas são as que têm maiores dificuldades em lidar com a morte. “Estamos a falar de uma simples pedra”, aponta, exemplificando que mostruários semelhantes podem ser encontrados um pouco por toda a região, como na Batalha ou Porto de Mós.

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