A família carenciada residente no Bairro do Património dos Pobres, em Marmelais, Tomar, que recebeu uma factura de água no valor de 3.299,89 euros no passado mês de Setembro tem dois anos para pagar o valor, entretanto rectificado pelos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) de Tomar para 1.727, 43 euros. De acordo com o apurado, um técnico do SMAS deslocou-se ao local e, após a verificação do contador, não encontrou qualquer anomalia que provocasse o disparo irregular do mesmo nem foi encontrada qualquer fuga de água. A solução encontrada pela administração dos SMAS passou por rectificar o valor do consumo pelo escalão habitual e facilitar o pagamento da dívida em prestações. Num ofício enviado a 4 de Dezembro, a família é informada pelos SMAS que, por despacho superior, fica autorizada a pagar o valor em dívida em 24 prestações, tendo a primeira, no valor de 71,98 euros, que ser paga já no dia 4 de Janeiro. Paula Gândara, que vive com o companheiro e os três filhos de 9, 14 e 16 anos nesta casa de habitação social, continua sem saber onde gastou tanta água, lamentando que a má sorte tenha batido à porta de uma família de parcos rendimentos como é o caso da sua. A munícipe vive e alimenta cinco bocas com pouco mais de 200 euros mensais, fruto de rendimento social de inserção. “Como é que vou conseguir pagar esta prestação mais a factura normal da água?”, interrogava-se com as lágrimas a correr uma vez que sente que, na impossibilidade de pagar, a água pode vir a ser cortada. “Este Natal já foi uma miséria, não sei como é que vai ser daqui para a frente”, lamenta enquanto espera que alguém lhe estenda a mão. O MIRANTE tentou obter mais esclarecimentos por parte da administração do SMAS mas não foi possível até ao fecho desta edição.