Sociedade | 03-01-2010 09:44

Elvira Cruz esteve mais de um ano sem receber a totalidade da reforma

Elvira Cruz esteve mais de um ano sem receber a totalidade da reforma
As condições em que actualmente mora Elvira Mestre Cruz, 67 anos, numa casa junto à igreja de Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, são ligeiramente melhores do que aquelas em que vivia em Fevereiro. Foi nessa altura que O MIRANTE relatou o drama em que esta mulher vivia depois de ter trabalhado toda a vida como auxiliar de acção educativa. Sem explicação aparente, esteve um ano e dois meses sem direito à totalidade da reforma por doença a que tinha direito (350 euros), sobrevivendo durante esse período de tempo com 84 euros que recebia de reforma por velhice. Actualmente recebe uma reforma única, paga pelo Instituto de Segurança Social, no valor de 325 euros o que, de acordo com as suas contas deveria ser mais. Segundo conta, só depois de ter contratado um advogado é que recebeu, a 9 de Abril, um cheque de cerca três mil euros relativo a parte do retroactivo das pensões devidas, acompanhado da justificação de que se tinha tratado de “um lapso” por parte da Caixa Geral de Aposentações. Em Fevereiro, após o nosso pedido de explicações, esta instituição remetia esclarecimentos sobre o cálculo da reforma de Elvira Cruz para o Instituto de Segurança Social – Centro Nacional de Pensões. Esta última devolvia os esclarecimentos para a primeira. “Foi um milagre que me aconteceu. Serviu para pagar as minhas dívidas”, aponta emocionada. Separada do marido, Elvira Cruz confessa que depende da ajuda de pessoas amigas para sobreviver. O presidente da Junta de Freguesia de Rossio ao Sul do Tejo também a auxilia dando-lhe algumas mobílias e, muito em breve, um frigorífico velho para que possa guardar a comida. Da paróquia local recebe alguma comida. A casa onde vive tem sido feita com as próprias mãos e conforme pode comprar os materiais. O seu maior desejo era que alguém lhe oferecesse um saco de cimento e areia para que pudesse terminar as outras divisões uma vez que já pouco resta. Neste momento, já colocou o chão em algumas divisões, fez a casa de banho, ligou a água, pôs um esquentador e já tem luz no quarto onde dorme. Quando puder vai trocar de óculos, uma vez que já pouco vê com os que tem. Neste momento, prepara-se para pedir o Complemento Solidário para Idosos para que seja mais fácil pagar as contas e as receitas médicas que vai levantando a conta gotas. E, a cada mês que passa, coloca 20 euros de parte que gasta na viagem de autocarro até Fátima onde vai buscar forças para continuar a viver.

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