Sociedade | 04-01-2010 09:34

Construção de lar em S. José da Lamarosa em risco por falta de financiamento

A novela da falta de financiamento para a construção do lar de idosos de São José da Lamarosa, concelho de Coruche, está para durar, após novo chumbo de candidatura apresentada pela Associação de Solidariedade Social da terra. O último indeferimento chegou em 8 de Novembro e desta feita são duas as razões invocadas pelo Programa Operacional do Potencial Humano (POPH): a não junção de certidão da conservatória do registo predial completa e actualizada e a baixa pontuação do projecto na relação custo-benefício e respectiva dotação orçamental. A Associação de Solidariedade Social de S. José da Lamarosa (ASSSJL) contesta esses dados e recorda que nos restantes factores de avaliação obteve pontuação máxima. “Nós precisamos de 973 mil euros. Trinta e sete lugares para valência de lar, 22 em centro de dia e 23 em apoio domiciliário, números que estão dentro dos parâmetros para este tipo de equipamentos sociais”, refere Manuel Rocha. O presidente da ASSSJL diz ainda não compreender as dúvidas sobre o documento da conservatória quando a associação chegou a acordo com a Câmara de Coruche para a realização de um contrato de comodato por 30 anos.O projecto de lar recebeu nota 20 no item da inserção em zona urbana e suburbana, bem como na adequação financeira do projecto e na conformidade com as prioridades definidas. Com 10 pontos ficou a sustentabilidade das parcerias. E o custo-benefício por utente recebeu apenas cinco pontos.Burocracia à parte, o tempo passa e o edifício incompleto vai-se degradando. A cave tem água em diversos pontos e está cheia de ervas. Nos dois pisos acima há também água e ferro a enferrujar ao ar livre.Em Julho de 2005 foi lançada a primeira pedra, num acto em que estiveram presentes a directora de Segurança Social, Anabela Rato, e o então governador civil, Paulo Fonseca, que davam o projecto como exequível. Iniciada a primeira fase, a obra terminou em Março de 2006 com a construção do esqueleto do edifício de dois pisos mais cave erguido ao lado do centro de dia. Foram investidos 200 mil euros pela ASSSJL, dos quais 50 mil euros dados pela Câmara de Coruche. Mas isso de pouco tem servido para convencer quem decide o financiamento.O Programa Pares chumbou o projecto em três ocasiões e, numa delas, pôs-se em causa a assinatura do presidente da câmara num despacho sobre a viabilidade de construção do edifício no terreno. Mas a questão orçamental acaba por se sobrepor a tudo.Câmara e associação chegaram a acordar uma intervenção para evitar que o edifício se deteriore ainda mais com a construção das alvenarias exteriores e interiores, a colocação da cobertura, os rebocos exteriores e trabalhos de serralharia do edifício. Mas acabaram por desistir para a ASSSJL tentar o financiamento junto do POPH, que não foi conseguido. “Recorremos da decisão mas começa a ser angustiante esta situação. Principalmente quando alegam que não há dotação orçamental e vemos equipamentos que ainda estão em projecto de arquitectura e especialidades serem aprovados”, lamenta Manuel Rocha, que avisa: “Se os técnicos nos disserem que por uma questão de segurança é melhor demolir o edifício teremos de fazer uma implosão”. O que considera um verdadeiro desperdício de dinheiro.A contestação da ASSSSJL chegou ao gabinete de planeamento do Instituto da Segurança Social e também, como forma de sensibilização, aos gabinetes do primeiro-ministro e do Presidência da República.

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