Sociedade | 21-01-2010 09:45

Moita Flores quer controlar organização do festival de gastronomia

O presidente da Câmara de Santarém afirmou que a autarquia não vai abdicar do controlo da nova associação encarregue de organizar o Festival Nacional de Gastronomia na cidade. A Associação Festival Nacional de Gastronomia, que impulsiona o certame, vai dar lugar a uma nova associação aberta a outras entidades mas onde apenas a Câmara de Santarém e a Turismo de Lisboa e Vale do Tejo (T-LVT) podem indicar elementos para os corpos sociais. Essa é uma das imposições dos estatutos da novel Associação Santarém Capital da Gastronomia aprovados esta segunda-feira pela maioria PSD no executivo camarário. Os dois vereadores socialistas dividiram-se entre a abstenção (António Carmo) e o voto contra (Ludgero Mendes).Moita Flores confessou que “sentia que Santarém não era bem representada na associação” organizadora do Festival de Gastronomia. “Estávamos nas mãos de três ou quatro rapazes que entre charutos e bebedeiras discutiam o futuro de Santarém em termos de gastronomia”, declarou o presidente da câmara, acrescentando que o que essas pessoas, que não nomeou, fizeram durante anos foi “alimentar-se, beber e servir-se daquilo que era uma mais valia de Santarém”. Segundo os estatutos, a T-LVT fica com o direito de indicar o presidente da associação (o que lhe garante também a presidência do festival) e será Joaquim Rosa do Céu, ex-presidente da Câmara de Alpiarça, a acumular esse cargo com o da presidência da entidade regional de turismo. A Câmara de Santarém, a quem cabe nomear o vice-presidente da associação, foi representada na organização do último festival pelo vereador António Valente (PSD), que poderá continuar nesse cargo. A assembleia-geral é presidida pelo presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD). Os mandatos dos corpos sociais são de quatro anos.Para já só câmara e região de turismo compõem a nova associação. À semelhança do que acontecia com a anterior. Ludgero Mendes considerou os estatutos estranhos e pouco democráticos porque definem que “há dois sócios que têm todos os direitos”, vetando a entrada de outros sócios nos corpos sociais. Defendeu que a associação só faz sentido se tiver apenas as duas entidades fundadoras como sócias e referiu que “no fundo os outros sócios só existirão para pagar quotas”.“É o que acontece à Câmara de Santarém na CULT (nota da redacção: hoje CIMLT – Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo)”, respondeu Moita Flores, dizendo que “quem tem a faca e o queijo na mão” não vai permitir “espartilhar mais direitos” e que não vai deixar cair o Festival de Gastronomia em mãos alheias. “Isto é património de Santarém!”, exclamou.O vereador com a pasta do Turismo, António Valente, esclareceu que o processo foi analisado juridicamente decidindo-se que a associação não deveria ficar confinada a dois sócios. Quanto à blindagem dos estatutos à entrada de outras entidades nos corpos sociais, referiu que essa é uma forma de garantir que um património com 30 anos não possa cair nas mãos de terceiros.

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