Sociedade | 08-09-2010 07:17

Desempregados devem ser prioridade inadiável do poder político

O porta voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considerou que os desempregados devem ser uma prioridade inadiável do poder político e defendeu que os “apelos à concertação e não ao desarranjo social são urgentes”.“Sem dúvida que essa é uma missão do poder político, que tem que velar pelo bem comum e o bem comum tem urgências que são estas faixas de pobreza, de desempregados em situações, às vezes, de facto, verdadeiramente angustiantes”, afirmou o padre Manuel Morujão no final da reunião do Conselho permanente da CEP, que decorreu em Fátima.O responsável adiantou há um “crescendo progressivo de pedidos” de ajuda à Igreja Católica, pelo que “não pode ficar de braços caídos, mas muito mais o Governo”.Manuel Morujão acrescentou que a Cáritas “tem sentido a afluência de pedidos e que tem dificuldade em lhes dar respostas”, pelo que também “procura a ajuda do Governo para poder responder melhor a essas solicitações”.“Todos devem ser responsáveis, todos vamos no mesmo barco, estando os outros mal também nós estamos mal”, disse, congratulando-se por haver respostas “mais porta a porta”, que classificou como “fundamentais, para além da responsabilidade do Governo, que é fundamental”.“Felizmente que também há respostas mais porta a porta, respostas das famílias próprias dos que estão nessa situação, dos centros sociais paroquiais, de outras obras como as Conferências de São Vicente de Paulo, as Cáritas Diocesanas”, observou, garantindo que a pobreza ou o desemprego são também “desafios prioritários” da Igreja Católica.“Sem dúvida que a Igreja encontra nos mais desfavorecidos, agora que tantas vezes são os que ficaram no desemprego, uma prioridade inadiável”, reiterou.Questionado se o ambiente de alguma crispação entre as lideranças partidárias leva a que se desperdicem energias ao invés de se resolverem os problemas do país, o responsável, que referiu a última encíclica do papa Bento XVI, respondeu: “Seguramente que é uma prioridade a procura do bem comum (…) que tem que ultrapassar sempre o bem deste ou daquele partido, desta ou daquela facção ideológica, política, destes ou daqueles pelouros da governação”.“Eu acho que temos que estreitar as mãos e todos os apelos à concertação e não ao desarranjo social são urgentes e imperativos”, acrescentou.No Conselho Permanente da CEP, os bispos aprovaram um voto de pesar pela morte, na semana passada, de Tomaz Nunes, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Doutrina Cristã.Segundo o porta voz da CEP, a sua substituição nesta comissão fica em suspenso até à próxima Assembleia Plenária, em Novembro, sendo que em Maio do próximo ano os bispos portugueses vão eleger, por mais três anos, os novos órgãos da instituição.

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