Sociedade | 27-09-2010 00:24

Moradores do Outeiro queixam-se de falta água nas torneiras há mais de 20 anos

Os moradores do lugar do Outeiro, em Limeiras, freguesia de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, queixam-se que a água escasseia nas torneiras há mais de 20 anos. “Na minha casa há água por todo o lado”, aponta Maria Elisa Lourinho, mostrando dezenas de garrafões de plástico, uns cheios outros vazios que tem espalhados pelas divisões de casa. A moradora conta que nunca sabe quando tem água para cozinhar e que já por três vezes que ficou “pendurada” no duche com o corpo cheio de espuma. O marido, Fernando Lourinho, 65 anos, conta que o problema se arrasta há mais de 20 anos e deriva do facto do reservatório, feito em 1977, se localizar a uma cota mais baixa em cerca de sete metros. No início do lugar, que se localiza num cabeço, existe uma fonte mas a subida até ao aglomerado urbano, onde se contam sete habitações, é difícil uma vez que a estrada não se encontra alcatroada. “Também não é com um ou dois garrafões de água que conseguimos cozinhar e fazer as nossas lides dosméticas”, atesta Maria Elisa. Outra preocupação manifestada pelos moradores com quem falámos passa pela possibilidade de esta situação poder provocar avarias em alguns electrodomésticos. Por esse motivo, muitos optam por colocar a máquina de lavar a trabalhar durante a noite. O vereador da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, com o pelouro dos Serviço de Águas, Rui Constantino Martins (PS), explicou a O MIRANTE que as anomalias no abastecimento de água ao Outeiro “estão a ser analisadas pelos serviços” prevendo-se a sua resolução em 2011. De acordo com o autarca, a situação deve-se a um “insuficiente dimensionamento da conduta a que acresce a diferença da cota a que se encontra o aglomerado urbano relativamente ao depósito”, não permitindo obter uma pressão na conduta necessária ao abastecimento, especialmente nos períodos de maior consumo. “Antigamente, o problema não se notava tanto porque não havia tanta gente a consumir ao mesmo tempo”, aponta Fernando Lourinho que já ficou sem água três dias consecutivos. Antigo trabalhador da EPAL - Empresa Portuguesa das Águas Livres, SA, considera que o problema, que já reclamou junto da autarquia, ficaria resolvido com uma nova central de bombagem ou com o aumento do caudal. “O tubo da conduta que é de 60mm devia passar para 120 ou 160mm para aumentar o caudal”, sugere o morador que considera que esta situação representa uma grande “falta de respeito” para os moradores que, tal como os outros, pagam os seus impostos e merecem ter água canalizada em casa. “O presidente da câmara (Miguel Pombeiro) já aqui esteve em 2006 e disse-me que em 2007 a situação ficava resolvida mas até agora foi o que se viu”, lamenta.

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