Sociedade | 08-12-2010 11:33

População da zona afectada pelo vendaval faz conta aos prejuízos e espera ajudas

População da zona afectada pelo vendaval faz conta aos prejuízos e espera ajudas
Dezenas de populares procedem hoje em Tomar à limpeza das habitações atingidas na terça-feira por um tornado, ao mesmo tempo que fazem a contabilidade dos prejuízos na esperança de virem a receber ajudas.Em Venda Nova, freguesia de Casais, moradores, ainda incrédulos, choram as consequências de uma tragédia de segundos que levou telhados, arrancou árvores, derrubou muros, fez cair postos de electricidade e destruiu hortas.Manuel Santos, que estava em casa quando o tornado passou na freguesia, recordou os momentos em que apenas conseguiu fechar a porta e os gritos da vizinha. O resto é visível no rasto de destruição que o fenómeno deixou na sua e nas habitações dos restantes moradores.“A casa não tem telhado, partiu as telhas todas”, afirmou Manuel Santos já depois de ter encomendado um carregamento de telhas que espera colocar para que a chuva não danifique o que tornado poupou. Já Carolina Duarte explicou que na sua moradia, onde o marido está acamado, há “vidros por todo o lado”, mas as vidas foram poupadas. Em Tomar 36 pessoas, 19 dos quais crianças, ficaram feridas devido à projecção de partes de estruturas das casas. Dos breves momentos de destruição, a idosa recorda, primeiro, a trovoada e depois “o vento horrível”, que destruiu parcialmente a sua moradia e outras duas dos filhos.Carolina Duarte espera agora apoios para a recuperação, certa de que as dificuldades são muitas. “Quem é que vai ajudar?”, perguntou, esperançada de que o Natal não seja ainda mais difícil de passar.Na mesma rua, onde se vêem diversos funcionários a trabalhar na tentativa de repor a electricidade, Domingos Raimundo lamentou ter “tudo partido” e até uma “chaminé dentro de casa”.Sem ideia dos prejuízos, admite que a ajuda possa chegar do seguro. Outros eventuais apoios desconhece. “Ainda não sei de nada, ninguém diz nada”, assegurou.Na casa em frente, Josefina Duarte limpa a entrada da casa onde se amontoam destroços. O interior fica para depois. A mulher diz que o prejuízo ronda os “dois mil contos” e se o Natal não trouxer no sapatinho algum apoio, “vamos fazer conforme a gente puder”.“Gostava que o Estado ajudasse, mas nestas coisas não sei”, declarou, certa de que “uma pessoa farta-se de trabalhar para ter alguma coisa”, mas, de um momento para o outro, pode ficar sem nada.Contas feitas, há pelo menos uma coisa que o tornado não levou: vidas. “Estamos vivos é o que interessa, vamos continuar a lutar”, afirmou Josefina Duarte. Na mesma rua, Celeste Soeiro, relatou uma “coisa louca, louca, louca”, que fez “abalar as janelas”.“[Levou] Tudo quanto eu tinha, não tenho nada”, precisou, questionando, um par de vezes, e sem conseguir evitar as lágrimas de dor, que também eram de indignação: “Quem é que me ajuda? A gente vive da pequena reforma”.

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