Sociedade | 24-12-2010 07:51

Confusão nas contas da AREPA leva fisco a pedir mais 100 mil euros de impostos

As finanças querem cobrar à AREPA, Associação Recreativa do Porto Alto, concelho de Benavente - cem mil euros de impostos relativos à organização da festa anual (2006/ 2007) e outros eventos como quermesses, bailes, festivais de folclore e peditórios dinamizados pela associação sem fins lucrativos. A contabilidade mal organizada da associação, que estava a ser efectuada por um profissional da área gratuitamente, levou as finanças a elaborar um relatório em que exige à colectividade o pagamento de impostos em relação a algumas operações da AREPA que deveriam estar isentas.“Tínhamos uma rubrica ‘prestação de serviços’ e as Finanças entenderam que estávamos a alugar atletas quando na realidade o valor diz respeito às quotas pagas pelos atletas para praticar determinada modalidade”, explica o presidente da direcção AREPA, António Lameiras, que justifica a inclusão de determinadas rubricas na contabilidade da associação para permitir que os sócios pudessem analisar claramente as contas da associação.Em Novembro o dirigente associativo, convicto de que as contas da AREPA estavam em conformidade com o que é exigido, abriu de boa fé as portas aos inspectores das Finanças. Só percebeu que algo estava mal quando a associação foi notificada a 23 de Novembro deste ano para pagar um montante exorbitante. Pediu ajuda a advogados e auditores e conseguiu apresentar um recurso que já foi remetido à Direcção de Finanças de Santarém. António Lameiras acredita que a argumentação por parte de quem domina a matéria, a legislação e conseguiu esclarecer o que está em causa será suficiente para fazer prevalecer o bom senso. “Porque a AREPA não possui qualquer estrutura administrativa fixa e procura cumprir todas as suas obrigações recorrendo à boa vontade dos seus sócios e amigos entende-se que possam existir, por vezes, incongruências nas suas acções por puro amadorismo”, lê-se no recurso. Para quem dedicou as últimas duas décadas da vida ao associativismo no Porto Alto foi duro golpe enfrentar a situação como esta. Os problemas consumiram-no no último mês. “Em quinze dias emagreci seis quilos”, exemplifica para demonstrar como a situação o abalou. Assim que as contas estiveram regularizadas António Lameiras vai deixar a colectividade. “Há 17 anos que o relatório e contas da AREPA é feito da mesma forma. Para quando o gabinete de apoio às colectividades que andamos a pedir à câmara há cinco anos?”, questiona o dirigente lembrando que foram multados recentemente em 200 euros por não terem conhecimento de que deveriam comunicar os novos órgãos sociais depois das eleições. “Enviámos um ofício à câmara de Benavente a pedir que nos informassem sobre essas e outras questões relacionadas com os deveres das associações, mas até agora não obtivemos resposta”, queixa-se. Na última assembleia municipal o presidente da Câmara Municipal de Benavente, António José Ganhão, garantiu que tem prestado o apoio necessário à associação em causa, mas considera que a solução para os problemas não é fácil de encontrar. “A varinha mágica não está no gabinete de apoio e não vai substituir o papel das direcções”, afirmou.

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