Sociedade | 03-07-2011 00:23

Operações stop estão cada vez mais a ser usadas para apanhar criminosos e prevenir o banditismo

As operações stop de fiscalização do trânsito estão a ser cada vez mais usadas pelas autoridades como forma de combater a criminalidade. GNR e PSP estão sintonizadas nesse objectivo que ganha mais importância numa altura de restrições e em que são conhecidas as faltas de meios das forças de segurança. Quando é montada uma operação destas o objectivo já não é só o de apanhar os condutores com álcool, sem carta de condução ou outras infracções rodoviárias, mas há uma especial atenção para caçar assaltantes e pessoas fugidas à justiça. E é frequente detectar condutores suspeitos de crimes, com viaturas roubadas ou que têm mandatos de detenção. O chefe da Secção de Operações, Informações, Treino e Relações Públicas do comando da GNR de Santarém reconhece que “há alguns tipos de criminalidade que podem ser combatidos desta forma”. A título de exemplo, o tenente-coronel Joaquim Nunes revela que já foram detidos em acções na região pessoas por posse de armas ilegais ou drogas. É também por estes resultados que a Guarda até Maio deste ano já realizou 76 operações deste género no distrito de Santarém, mais 12 que em igual período do ano passado. “Sentimos que estas acções são importantes para que o cidadão perceba que as forças de segurança continuam a actuar e dão às pessoas um maior sentimento de segurança”, realça. Os meios tecnológicos também vieram dar muito maior capacidade e rapidez de actuação às autoridades. Os carros que participam nas operações stop estão equipados com sistemas informáticos que permitem no momento saber se determinado passageiro ou ocupante de uma viatura é procurado por algum crime. “Percebemos que os indivíduos que se dedicam às actividades ilícitas têm grande mobilidade tendo em conta a cada vez maior rede de estradas”, diz Joaquim Nunes reconhecendo que se não fossem as operações stop seria mais difícil encontrar alguns criminosos. E é com essa noção que a GNR e a PSP já fizeram operações conjuntas, por exemplo em Santarém.Há também uma vantagem relacionada com a capacidade de actuação. As buscas a casas de suspeitos só podem ser feitas de sol a sol. E também não existe cobertura para que se reviste alguém que anda a passear na rua se este não for visto a cometer um ilícito. Mas nas operações stop é informado previamente o Ministério Público e assim, mesmo durante a noite, as autoridades têm legitimidade para revistar os carros em caso de suspeita. “Já foram detidos homicidas em acções de trânsito”, exemplifica o tenente-coronel da GNR. Mas também há uma vertente de prevenção. Não é por acaso que as operações são cada vez mais musculadas. Além de quem está a fazer a fiscalização há elementos de equipas de intervenção, a maior parte das vezes fortemente armados, e o objectivo não é só o de proteger os agentes de possíveis agressões. Visa também dissuadir quem tem intenções criminosas de actuar. “Se uma dessas pessoas vir uma operação policial à entrada da cidade, isso é um factor de desmotivação porque verifica que a polícia está atenta e que em qualquer altura o dispositivo pode ser movimentado rapidamente para qualquer local”, salienta o comandante distrital da PSP, subintendente Vítor Trindade. Os dias, a localização das operações e as horas a que são feitas têm em conta algumas preocupações relacionadas não só de trânsito mas do controlo do banditismo. Não são raras as vezes que a PSP já apanhou pessoas com mandatos de condução aos estabelecimentos prisionais para cumprirem penas. Sobre os aparatos que envolvem as operações stop, Vítor Trindade justifica que “a polícia por vezes tem necessidade de mostrar os seus meios para depois não ter necessidade de os utilizar”.

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