Sociedade | 23-07-2011 00:01

Crise deixa igreja de São Domingos na gaveta

A crise pôs de de lado a ideia de se avançar, pelo menos nos tempos mais próximos, com a construção de uma igreja católica no populoso bairro de São Domingos, em Santarém. Em Janeiro de 2008 foi apresentado publicamente um projecto arrojado, em que só o templo em forma de globo custaria 1,5 milhões de euros, mas desde aí o processo pouco avançou. “Seria quase escandaloso avançar com uma obra dessas, com os custos que representa”, afirma a O MIRANTE o padre Joaquim Ganhão, membro do Conselho Presbiteral da Diocese de Santarém.O sacerdote afirma que a ideia “não foi posta de lado, mas também não está a avançar” porque a actual conjuntura não o permite e o futuro próximo não é muito risonho. “Não há apoios para se avançar com uma obra daquela monta. Temos que ser honestos e reconhecer isso”, acrescenta Joaquim Ganhão.Na altura da apresentação do projecto, o bispo de Santarém, D. Manuel Pelino Domingues, considerou-o “uma aventura arriscada”. As reservas do prelado prendiam-se sobretudo com o elevado custo da empreitada, mas as linhas esféricas do projecto também motivaram algumas reservas.“Para apostar num projecto destes em tempo de crise é preciso ter fé e esperança. Mas isso não falta na Igreja”, afirmava já na altura o bispo de Santarém na presença do autor do projecto, o arquitecto Guedes de Amorim. O desenho da igreja de São Domingos, com uma lotação para 300 pessoas sentadas, tem o formato de um globo em tamanho gigante revestido a metal de cor prateada que se articulará com um jardim-de-infância e um centro paroquial, no extremo sul da Avenida Nossa Senhora de Fátima. Uma primeira estimativa global de custos apontava para valores a rondar os 2,5 milhões de euros (700 mil euros dos quais de componente municipal, para construção do jardim de infância). Os terrenos foram doados por particulares. O complexo conta ainda com um salão, para 200 pessoas, no piso inferior, abaixo da linha de água, com uma fila de vidros na parte superior, dando a sensação da sala estar submersa. O templo, a construir em madeira revestida no exterior a metal, será rodeado de água e dotada de uma praça verde, ao invés da tradicional praça empedrada, ligando, com dois “braços”, a um centro paroquial e a um jardim de infância, que ladeiam a praça, revestidos em metal cor de cobre, em contraste com o edifício principal.

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