Sociedade | 29-07-2011 14:17

Agressores de automobilista que invadiu acampamento cigano condenados com pena suspensa

Os agressores de um automobilista de 39 anos que invadiu o acampamento cigano de São Macário, freguesia de São Miguel de Rio Torto, em Abrantes, no Verão de 2009, foram condenados pelo Tribunal de Abrantes pela prática em co-autoria do crime de ofensa à integridade física na forma consumada. Para o tribunal ficou claro que os três arguidos, um homem e duas mulheres da mesma família, causaram de forma intencional sérios danos físicos na vítima, um pedreiro resistente em Alferrarede, Abrantes, mas há vários anos trabalhar na Holanda. O homem, de 61 anos, foi punido com 8 meses de prisão e as duas mulheres com sete meses, tendo sido as penas suspensas por um ano na sua execução. O acórdão foi lido sem a presença de dois dos arguidos, que apesar de notificados não justificaram a ausência. Curioso é o facto de o ofendido ter tentado retirado a queixa em 1 de Junho de 2011, situação que não foi aceite pelo tribunal.Tal como O MIRANTE noticiou na sua edição de 16 de Agosto de 2009, tudo se passou no dia 15 de Agosto, altura em o queixoso se encontrava a gozar férias no nosso país. Vindo de casa de familiares, deslocava-se pelas 20h30, com a mulher e a filha menor, na estrada municipal, no sentido Arreciadas - Abrantes, quando passou perto do referido acampamento cigano e sentiu algumas pedras a bater no carro. Numa reacção impulsiva, inverteu a marcha e invadiu o acampamento de forma brusca, fazendo saltar alguma gravilha. De seguida, entrou em conflito com um dos patriarcas, enquanto pedia justificações pelos actos cometidos pelos miúdos. Após uma troca acesa de palavras, os ânimos exaltaram-se ainda mais quando a vítima pretendia ligar do seu telemóvel para a GNR, tendo sido impedido, com ameaças, de o fazer. A situação ficou ainda mais complicada quando a esposa da vítima foi buscar um taco de basebol ao porta-bagagens do carro, com o qual também terá tentado defender-se e conseguido bater numa mulher. Foi nesta altura que outros membros da comunidade o cercaram e o agrediram com uma machada e um pau de vassoura, posteriormente apreendidos e destruídos pelas autoridades. Uma das arguidas foi à cozinha buscar uma faca, tendo espetado a mesma nas costas do automobilista quando viu que o seu pai estava a ser agredido. Na sequência da luta, a vítima perdeu as lentes de contacto, deixando de ver com nitidez. À data dos acontecimentos, os arguidos também apresentaram queixa nas autoridades por ofensas à integridade física mas os serviços do Ministério Público não as consideraram procedentes, argumentando que o queixoso tinha agido em legítima defesa, tendo em conta os meios que foram utilizados nas agressões e o facto da vítima se encontrar em grande inferioridade numérica.A cena de violência terminou quando surgiram dois automóveis, com a vítima a ser conduzida ao Hospital de Abrantes pela esposa. Apresentava múltiplas feridas no couro cabeludo, pescoço e na região cervical. Deu entrada pelas 21h40 e teve alta umas horas depois. Também dois dos seus agressores receberam assistência nessa unidade hospitalar. Quando saiu, verificou que a sua viatura tinha sofrido danos consideráveis, durante o tempo em que se encontrou estacionada no parque de estacionamento. A vítima exigia ser ressarcida em 3500 euros pelos danos da viatura mas, em virtude de não terem sido encontrados os seus responsáveis, os arguidos não foram condenados a pagar qualquer valor, a não ser as custas judiciais do processo. De acordo com o apurado junto do Tribunal de Abrantes, já deu entrada um recurso da decisão.

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