Sociedade | 07-12-2011 00:20

Um ano depois do tornado particulares e empresas continuam à espera dos apoios prometidos

Um ano depois do tornado que afectou os concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã apenas as verbas ao abrigo do Fundo de Emergência Municipal foram pagas continuando particulares e empresas à espera do prometido apoio.O apuramento dos valores e das situações que deveriam estar cobertas pela linha de crédito aberta pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e pela Conta de Emergência anunciada após a catástrofe natural que atingiu os três concelhos a 7 de Dezembro de 2010 foi feito, mas o processo nunca avançou.Fonte que acompanhou todo o processo disse à agência Lusa que, no caso do IAPMEI, apesar dos Ministérios da Administração Interna e da Economia terem emitido o respectivo despacho, o mesmo não aconteceu com o Ministério das Finanças, o que mantém o processo parado há vários meses.Quanto aos particulares, o processo foi concluído e enviado para o Ministério da Administração Interna (MAI), não tendo havido mais nenhuma informação sobre o assunto.A Lusa questionou o MAI sobre o andamento dos processos e qual a previsão de pagamento das verbas prometidas, não tendo obtido resposta em tempo útil.A esmagadora maioria das mais de 800 habitações afectadas foram sendo recuperadas, embora Jaime Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Casais (Tomar), sublinhe que muitos dos que estiveram envolvidos nas obras continuam à espera que os proprietários recebam para lhes poderem pagar.“Mais de 80 por cento está feito, as pessoas andaram a pedir facturas de tudo mas não receberam nada e muito está ainda por pagar”, disse à Lusa, referindo que as duas empresas da sua freguesia que ficaram praticamente destruídas continuam a laborar em instalações alternativas.Segundo disse o autarca, ainda iniciaram as obras de recuperação mas acabaram por suspender os trabalhos por não terem capacidade financeira.As famílias mais carenciadas tiveram o apoio das autarquias, em materiais e mão de obra, tendo ainda beneficiado dos fundos angariados em diversos espectáculos e contas de solidariedade, que foram canalizados através da Cáritas e da Cruz Vermelha, adiantou.Os apoios aos municípios, para recuperação das infraestruturas e edifícios públicos afectados, foram concretizados em acordos assinados a 7 de Fevereiro com a Secretaria de Estado da Administração Local, que comparticipou em 60 por cento das despesas não cobertas pelos seguros, num total de 1,6 milhões de euros para os três concelhos – Sertã (537,2 mil euros), Tomar (371,5 mil euros) e Ferreira do Zêzere (90,4 mil euros). Jaime Lopes confirma, afirmando à Lusa que “a única coisa totalmente pronta é a recuperação do jardim de infância da aldeia”.Quanto ao resto, “até à data nem um centavo”, o que prova que “as promessas dos políticos, quando correm às catástrofes, é só para receberem palmas e votos, esquecem-se das pessoas”, desabafou.

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