A população de Foros de Salvaterra, concelho de Salvaterra de Magos, concentrou-se na quarta-feira, 29 de Fevereiro, na junta de freguesia contra a proposta de lei do Governo para a reforma administrativa do país. O diploma impõe a redução para metade do número de freguesias consideradas urbanas do concelho – Foros de Salvaterra, Glória do Ribatejo, Marinhais e Salvaterra de Magos. A concentração contou com a presença do coordenador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louça. “A maior parte das pessoas de Foros é de idade e não podemos perder os serviços desta junta porque não temos sequer transportes públicos para nos deslocarmos a outra freguesia”, explica Eugénio Guerreiro de 76 anos. Também António Luís, nascido e criado em Foros, veio manifestar o seu descontentamento. “A junta tem-me ajudado a resolver alguns problemas com os esgotos. É uma estrutura muito importante da freguesia para prestar apoio à população”, considerou o munícipe que não imagina a extinção da freguesia. A presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Ana Cristina Ribeiro (BE), não quer perder nenhuma das freguesias do concelho e defende a realização de um referendo para a população manifestar a sua opinião. Segundo a autarca, o maior problema prende-se com a extinção de serviços das juntas que obriga a população a deslocar-se a outra freguesia. “Não posso concordar que numa freguesia com tanta gente se retirem serviços de proximidade à população. O BE defende que o povo deve votar porque vivemos numa democracia. Se não tivermos uma junta vai ser ainda mais difícil lutar pelo posto de saúde ou outros serviços”, considerou Francisco Louça, numa intervenção muito curta. De acordo com a proposta de lei do Governo, Salvaterra de Magos também terá de perder uma das duas freguesias rurais, Muge ou Granho. O BE está a organizar no concelho um conjunto de sessões públicas sobre a reforma administrativa do país. A próxima está agendada para 3 de Março e vai decorrer na Junta de Freguesia de Salvaterra de Magos.