Sociedade | 21-03-2012 08:37

Açude insuflável afecta migração de peixes no Tejo

O açude insuflável de Abrantes está a impedir as espécies piscícolas de prosseguir a sua migração no rio Tejo, alerta a Quercus, segundo a qual a situação está a prejudicar a reprodução dos peixes.Paulo Lucas, membro da direção nacional da Quercus, disse à Agência Lusa que o dispositivo de passagem para peixes (escada passa-peixes) deixou de funcionar pelo "caudal anormalmente baixo" no rio Tejo. Por isso, criou-se um desnível de mais de um metro na estrutura, impedindo a passagem dos peixes migradores para montante."Esta situação prejudica a normal reprodução dos peixes", disse o ambientalista, defendendo que as entidades competentes "devem avaliar eventuais soluções que possam mitigar ou resolver alguns dos efeitos da má conceção do equipamento e permitir, se possível, o restabelecimento da conectividade longitudinal do curso de água" e da migração dos peixes.Segundo o responsável, a Quercus já contactou a Administração da Região Hidrográfica do Tejo (ARHT) e com Autoridade Florestal Nacional (AFN) no sentido de se estudar medidas de rápida concretização para a criação de condições para que os peixes consigam transpor o obstáculo existente.Contactada pela Agência Lusa, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes disse estar "atenta e preocupada" com a situação e anunciou o início de trabalhos de natureza técnica no açude insuflável."O açude está ‘desinsuflado’ por problemas detetados no enchimento de uma das paredes de borracha e uma equipa técnica vai começar a trabalhar nessa matéria, sendo que as suas atenções vão ser direcionadas no imediato para a escada passa-peixes, em busca de uma solução tão célere quanto possível", disse Maria do Céu Albuquerque."Tendo em conta a natureza da intervenção, as servidões administrativas e restrições de utilidade pública a que a mesma está sujeita, solicitámos às entidades com competência nesta matéria, nomeadamente ARHT e AFN, que acompanhem o início dos trabalhos no açude e se reúnam connosco para debater todas as questões a ele ligadas", disse a autarca, adiantando que ambas as entidades "confirmaram" a sua presença.Inaugurado em 2007 e representando um investimento de 10,5 milhões de euros, o açude, uma construção de engenharia hidráulica, permitiu criar um espelho de água com cerca de 80 hectares de superfície, numa lógica de revitalização e dinamização das margens ribeirinhas.

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