Sociedade | 26-01-2013 00:01

Padre de Abrantes investigado por alegada fraude nega acusações

O cónego de Abrantes que está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) após duas denúncias de fraude negou esta sexta-feira, 25 de Janeiro, o teor das acusações, que assegura só conhecer pela comunicação social.Uma notícia do jornal Sol dá conta de que o MP está a investigar duas denúncias de fraude à Segurança Social, sendo o padre José da Graça acusado manter ‘utentes fantasma’ na instituição de reabilitação de toxicodependentes e alcoólicos que dirige, denominada Projecto Homem.De acordo com as denúncias, o religioso burlou o Estado ao receber indevidamente verbas relativas a dezenas de utentes que já abandonaram o tratamento e, nalguns casos, até já morreram."Não tenho notificação nem conhecimento oficial de qualquer denúncia, mas isso, partindo de fonte anónima, deve ser de alguém ressabiado ou por um qualquer ajuste de contas", comentou, em declarações à Lusa.Sobre as alegadas listagens fraudulentas para continuar a receber as subvenções estatais, não reportando a alta médica ou a expulsão dos utentes, o padre disse "não ter conhecimento da prática consciente e deliberada da prática de qualquer erro ou ilegalidade" nas listas."Não sou eu quem faz as listagens, não sei fazer e não quero fazer", disse, acrescentando que esse é um procedimento "delegado" noutras pessoas."Eu não seria capaz de uma coisa dessas e, a existir algum erro, estou em crer que não foi um ato consciente e deliberado. E se alguém falhou, eu, na qualidade de presidente da instituição, cá estarei para o assumir", afirmou.Em declarações à Lusa, os dois autores das participações ao Ministério Publico e ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que solicitaram o anonimato por temerem "represálias", reiteraram o teor das acusações feitas ao cónego.Um deles apontou mesmo doze fraudes alegadamente cometidas pela gestão do padre ao longo dos anos, afirmando ter provas de que "dezenas de ‘utentes fantasma’ foram mantidos durante meses nas listas nominativas como se continuassem em tratamento, continuando a receber dinheiro do Estado por camas não ocupadas"."Alguns dos ex-utentes já tiveram alta hospitalar, outros estão detidos em estabelecimentos prisionais e outros já falecidos continuam a figurar nas listas" entregues ao Ministério da Saúde, apontou.Outro queixoso explicou ter entregado “a quem de direito as provas das ilegalidades" alegadamente cometidas pelo cónego e referiu ter feito a denúncia porque a situação chegou a um “ponto de ruptura”.

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