Sociedade | 21-02-2016 14:02
Silêncio que em Alverca canta-se o fado

Associação Escola de Fado Alverquense ensina a canção que é património imaterial.
No número 1 da rua do Barco em Alverca, onde funciona a Associação Escola de Fado Alverquense, não há turistas de máquina em punho, só ali entra quem tem talento ou paixão pelo fado. É a única escola de fado do concelho e uma das primeiras a ter surgido no país, em 2002, tendo hoje cerca de 30 alunos. O ponto alto da sua actividade são as noites de sexta-feira e é fácil perceber porquê. Meia centena de pessoas come e convive num salão acolhedor cheio de motivos alusivos ao fado. Ao centro há um palco ladeado por dois candeeiros e xailes, onde as vozes ganham vida e as cordas das guitarras choram. As paredes estão cheias de retratos: das jovens revelações, dos que já partiram, de antigas reportagens de jornais que já não existem. Num canto está uma árvore cheia de retratos de fadistas, músicos e poetas, que o presidente da associação, Antero Botelho, fotografa e emoldura ele mesmo. Quem entra - e qualquer pessoa o pode fazer - aponta o nome num livro de registos e depois é chamado para cantar o fado. Ao longo da noite o vinho ajuda a clarear algumas vozes mais tímidas que depois se juntam ao grupo. Tudo num clima de amizade que só visto é que pode ser compreendido. "Temos gente que vem de todo o lado, desde o Montijo, Loures ou Carcavelos. Aqui ninguém sai sem cantar", diz o entusiástico presidente da associação, que se confessa um apaixonado pelo fado. "Não há música nenhuma para mim que não seja o fado. As outras músicas, que não me levem a mal, gosto muito mas não é a mesma coisa. Garanto que gosto mais de fado do que a Amália gostava", conta com um sorriso.Actualmente a escola tem 80 sócios mas procura renovar-se e chamar mais associados. "Temos visto nascer aqui muitos bons fadistas, já saíram daqui mais de 20 fadistas que hoje vivem do fado e até têm discos gravados. Lembro-me da Alice Costa Franco, Maurício Cordeiro, Beatriz Felizardo ou a Madalena Gil", recorda. O mote para se fazer silêncio é quando a sala mergulha à meia luz. Aí o fado é rei, seja vadio, de Coimbra ou Lisboa. É o fado que se afina, ali, a poucos metros da auto-estrada mais movimentada do país.
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