Três trabalhadores da fábrica de molas para automóveis falaram com O MIRANTE e revelam as preocupações que os assolam após terem sido confrontados com o encerramento da unidade. As reuniões à porta da empresa localizada em Virtudes, Azambuja, têm sido diárias."É dramático, sempre à espera do amanhã". Esta é a resposta compartilhada por três trabalhadores da Frauenthal Automotive (antiga Impormol), fábrica localizada em Virtudes, Azambuja, que suspendeu a sua produção no dia 7 de Abril. O salário deste mês foi garantido, assim como o subsídio de férias, mas com a entrada de Maio e a possibilidade do caso se arrastar por meses as preocupações aumentam.

Há 15 anos na fábrica, o operador de máquinas de elevação, Luís Frederico, 44 anos, revela que o mais velho dos seus três filhos também está preocupado quanto ao futuro: "Já está na universidade e até foi ele que me ligou a perguntar o que se passa com a empresa e eu tive de descansá-lo porque o medo dele é a sua continuação na universidade, que está em risco. Os mais novos já se apercebem e nós tentamos explicar que o pai ainda não está desempregado", desabafa a O MIRANTE. Luís vive nos Casais da Amendoeira, concelho do Cartaxo, e afirma que "está tudo à espera para saber quando a linha arranca para irem trabalhar e produzir. "Seja com novos investidores ou novos clientes, queremos é ir trabalhar", diz.

A esperança de regresso ao trabalho é compartilhada pelo seu colega José Bexiga, 41 anos, que vive com os pais em Casais do Além, concelho de Azambuja. No entanto, alguns planos começam a ficar para trás. "Neste momento não posso fazer vida ou pensar em juntar-me a alguém e ter uma vida futura. Desisti", refere o laminador que trabalha há 15 anos na fábrica.

* Notícia completa na edição semanal de O MIRANTE.