O rio Tejo está mais limpo mas tem menos peixe
Avieiros da Póvoa de Santa Iria continuam a viver do que o rio lhes dá.
Chegaram ao Ribatejo no início do século XX, provenientes de Vieira de Leiria, em busca de melhores condições de vida. Junto ao Tejo foram criando as suas comunidades e ficaram conhecidos para a posteridade como avieiros. No bairro de pescadores da Póvoa de Santa Iria há descendentes dessas famílias que ainda têm a pesca como primeira ocupação.
António José, 54 anos, pertence à terceira geração de avieiros. O pai já nasceu no Ribatejo e António continuou a tradição de família. Desde os 17 anos que vive do que o rio lhe dá. Ao longo destas mais de cinco décadas de vida tem acompanhado o desenvolvimento da Póvoa de Santa Iria e apesar de reconhecer que actualmente há menos poluição no Tejo, diz também que há menos peixe.
"Parece um paradoxo mas não deixa de ser verdade, havia esgotos a céu aberto, havia a siderurgia, mas o peixe estava lá. Ainda assim a poluição continua a afectar o nosso trabalho. Este é um santuário onde o peixe faz a desova, se as águas não estiverem em condições o peixe não entra aqui", diz a O MIRANTE durante o quinto Convívio de Avieiros da Póvoa de Santa Iria, organizado pela Associação Cultural dos Avieiros da Póvoa de Santa Iria (ACAPSI).
* Reportagem completa na edição semanal de O MIRANTE.