Sociedade | 31-01-2017 00:02

Falta de médicos leva município do Sardoal a recorrer ao Presidente da República

Falta de médicos leva município do Sardoal a recorrer ao Presidente da República

Presidente do município, Miguel Borges, afirma terem-se "esgotado as vias institucionais adequadas à situação".

A falta de médicos de família no concelho do Sardoal motivou uma exposição ao Presidente da República por parte do autarca local, Miguel Borges, que afirma terem-se "esgotado as vias institucionais adequadas à situação". Na missiva enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Borges (PSD) alerta que a falta de médicos de família no concelho, com mais de 50% dos utentes "a descoberto", arrasta-se "desde 2009", com "evidente prejuízo de um grande número de pessoas e profundamente lesiva dos direitos constitucionais dos cidadãos".

O município do Sardoal, com quatro mil habitantes, é um dos 13 concelhos na região do Médio Tejo com maior número de utentes "a descoberto" pela falta de médicos de família (2053 utentes), só suplantado por Abrantes (11.500), Ourém (7.000) e Torres Novas (5.300).

O autarca de Sardoal justifica a exposição ao Presidente da República "após se terem esgotado as vias institucionais adequadas à situação sem que algo de concreto tenha sido feito", classificando a actual situação como "terceiro-mundista" e "nada condizente com um país que se quer Europeu, no século XXI".

O autarca do Sardoal disse "não se conformar" e "não conseguir entender como é que um país, após investir muitos milhares de euros na formação de médicos, permite que, no dia seguinte à conclusão do seu curso, possam exercer a sua profissão exclusivamente no privado e possam rumar a um qualquer país estrangeiro sem retribuir minimamente o investimento que o país neles fez".

Na missiva enviada ao Presidente da República Miguel Borge refere que a relação com as autoridades de saúde "tem sido de enorme disponibilidade e colaboração, sem que, ao longo de todos estes anos e de sucessivos Governos, encontre um pequeno sinal que me permita ter algum optimismo ou alguma esperança”. Na exposição pode ainda ler-se que "as pessoas que necessitam de medicamentos para os seus tratamentos têm que deixar no Centro de Saúde o pedido e só passado muito tempo (mais de um mês) é possível levantar o receituário", situação que, defende, é "algo que não faz sentido nem pode acontecer".

Desta forma, o município do Sardoal refere que decidiu "recorrer ao Presidente da República, à sua sensibilidade e magistratura de influência desenvolvida face a situações que ponham em causa a segurança e os direitos dos cidadãos, na esperança de que este processo possa ser analisado e resolvido". Paralelamente, o presidente da Câmara do Sardoal solicitou aos Grupos Parlamentares o agendamento de reuniões com os deputados eleitos pelo Círculo de Santarém para análise e discussão da situação.

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