Sociedade | 27-04-2017 00:01

Santarém vai ter 320 bombeiros disponíveis 24 horas por dia durante fase crítica

Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais para o distrito de Santarém foi apresentado pelo comandante distrital operacional Mário Silvestre.

O distrito de Santarém vai ter 320 bombeiros disponíveis 24 horas por dia durante a fase 'Charlie' de combate a incêndios florestais (Julho a Setembro) e contará com 10 brigadas em “pré-posicionamento” sempre que haja alerta amarelo ou superior.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) para o distrito de Santarém foi apresentado esta quarta-feira, 26 de Abril, pelo comandante distrital operacional Mário Silvestre, numa sessão que contou com a presença do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e de diversos autarcas e forças de segurança e protecção civil da região.

Mário Silvestre afirmou que em 2016 o distrito registou 1.077 ocorrências e uma área ardida de 4.069 hectares (59% dos quais registados num único incêndio, em Agosto, nos concelhos de Abrantes e Sardoal), advertindo que o risco “não diminuiu, mantém-se” e adiantando que os meios disponíveis este ano serão idênticos aos do ano passado.

O comandante distrital disse que este ano, comparativamente a 2016, tem havido um número “anormalmente elevado” de ocorrências um pouco por todo o distrito e em particular no concelho de Ourém.

A mesma advertência foi deixada por Jorge Gomes, que referiu os 9.000 hectares já ardidos este ano (em contraponto com os 350 ocorridos no primeiro trimestre de 2016) e que, afirmou, revelam uma “propensão para um ano catastrófico”.

Mário Silvestre referiu a elevada “perigosidade” num distrito com extensas manchas de povoamento florestal pelo que a estratégia vai continuar a ser no ataque inicial.

Assim, o dispositivo distrital contará com 10 brigadas de combate a incêndios colocadas em pré-posicionamento sempre que haja alerta amarelo ou superior, estando disponíveis 24 horas por dia, na fase Charlie, 50 veículos de combate a incêndios e 23 autotanques, num total de 320 bombeiros.

Organizado em cinco grupos de combate a incêndios, o dispositivo distrital terá duas viaturas de comando e comunicações (uma sediada em Pernes e outra em Ferreira do Zêzere), dispondo de 1.700 bombeiros mobilizáveis.

Contará ainda com 17 equipas dos sapadores florestais, 14 das associações de produtores florestais e nove da AFOCELCA (Agrupamento Complementar de Empresas, criado em 2002 pelas empresas Aliança Florestal/Grupo Portucel-Soporcel, Celbi/Stora-Enso e Silvicaima/Caima), que disponibiliza igualmente um meio aéreo localizado na zona de Abrantes.

No centro de meios aéreos de Ferreira do Zêzere estará um helicóptero pesado (para ataque ampliado a incêndios) e um ligeiro, no de Pernes um ligeiro e no do Sardoal um médio, todos estes para ataque inicial, adiantou.

O dispositivo contará ainda com máquinas de rasto dos municípios e das associações, fundamentais na actuação pós combate, tendo o secretário de Estado reafirmado que este ano serão os militares a avançar na fase de rescaldo, dando descanso aos bombeiros.

Jorge Gomes adiantou que 1.380 militares estão a receber formação, até meados de Maio, da Força Especial de Bombeiros e sublinhou o facto de, este ano, estarem disponíveis 18 equipas de reforço nas zonas de maior risco formadas por elementos de distritos com menos risco.

Mário Silvestre afirmou que 698 operacionais do distrito foram envolvidos em 52 acções de treino operacional e que a cobertura com o Sistema Integrado de Videovigilância Florestal Ciclope, para detecção precoce de incêndios, é de 70% na região.

Tendo em conta o elevado número de ocorrências, o comandante distrital insistiu na necessidade de “informar e esclarecer os cidadãos sobre as suas responsabilidades”.

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