Produtora diz que rodagem de filme no Convento de Cristo cumpriu condições
Em causa estão alegados estragos causados no monumento nacional e Património Mundial da UNESCO.
A rodagem de "O homem que matou D. Quixote", de Terry Gilliam, no Convento de Cristo, em Tomar, cumpriu "todas as condições estipuladas" e teve "sempre acompanhamento técnico" dos profissionais do monumento, garantiu esta segunda-feira a produtora Ukbar Filmes.
Em resposta a um pedido de esclarecimento, os produtores Pablo Iraola e Pandora da Cunha Telles reconheceram que se verificaram alguns danos na rodagem: seis telhas convencionais partidas e "quatro fragmentos pétreos de dimensões reduzidas".
Os danos "foram devidamente contabilizados pela equipa de peritagem associada ao convento, que tão bem conhece o espaço e fez a sua avaliação antes e depois da rodagem", afirmam os produtores associados desta produção internacional.
Sobre a recuperação dos danos, a Ukbar Filmes refere que "irão ser aplicadas as mesmas técnicas que se aplicam habitualmente para este tipo de construção e que o convento utiliza ano após ano para tratar a deterioração habitual do mesmo".
Em causa estão alegados estragos causados no Convento de Cristo, monumento nacional e Património Mundial da UNESCO, durante a rodagem do filme e denunciados numa reportagem da RTP emitida na sexta-feira, 2 de Junho.
Na reportagem, vários funcionários falam de telhas e pedras partidas, árvores cortadas e danos no edifício por ter sido ateada uma fogueira num claustro.
"Desde o primeiro momento, tivemos consciência da responsabilidade de estar a utilizar um espaço histórico, que para além de monumento nacional é património mundial, e nunca nos passaria pela cabeça desvirtuar", sustentam os produtores.
Segundo a Ukbar Filmes, o corte de árvores foi autorizado pelos serviços do convento, por não serem "espécimes autóctones" e que "deveriam ser substituídos", e o fogo foi ateado com a supervisão do comandante do Corpo dos Bombeiros Municipais de Tomar e de elementos da Proteção Civil.