Festa de toiros é a mais legítima e genuína das tradições populares
Debate em Vila Franca de Xira discutiu papel da tauromaquia na identidade de um povo.
De todas as expressões populares a tauromaquia é das mais legítimas e genuínas tradições de um povo. A ideia foi defendida na noite de terça-feira, 6 de Junho, em Vila Franca de Xira, durante um debate promovido na junta de freguesia local.
O investigador Vítor Escudero e o sociólogo Luís Capucha foram os oradores convidados para um mano a mano sobre o tema da “tauromaquia e identidade” e durante quase duas horas desfiaram diferentes pontos de vista sobre o tema, perante um auditório esgotado, sinal de que o tema não é ainda um assunto secundário na cidade.
“O toiro é o animal mais representado da história e da pré-história, encontramos o toiro em todos os percursos da história humana. Um símbolo de força e fertilidade. As corridas de toiros nos últimos 200 anos transformaram-se no maior espectáculo barroco do mundo, que ao contrário do teatro tem o factor imprevisibilidade. O artista pode ser bom e ter prática mas depois só pode actuar com o que tiver à frente”, destacou Vítor Escudero.
O investigador admitiu ainda que o tema é “fracturante” e que a arte é “subjectiva”. Mas que certos valores da tauromaquia – como a comunhão, amizade e a partilha dos afectos são uma marca da identidade de uma região e que uma coisa acaba por ser inseparável da outra.
Já Luís Capucha foi mais claro: é uma luta da inteligência contra a força bruta, sempre no respeito pelas regras e pela natureza. “O que nos distingue de todos os outros é esta paixão pelo toiro e pela natureza”, vincou.
O sociólogo defendeu que os aficionados “nunca deixarão de lutar” pela morte do toiro na arena e vincou que a tauromaquia é “uma cultura universalista, que faz parte da nossa memória colectiva e que representa um futuro com raízes”, aludiu.
A recente polémica em torno da proibição de aficionados entrarem na praça de Vila Franca de Xira com crianças de colo também não passou ao lado do debate.
* Notícia completa na edição semanal de O MIRANTE.