Sociedade | 24-06-2017 10:08

“Sinto-me aprisionada no meu próprio corpo”

“Sinto-me aprisionada no meu próprio corpo”

Fátima Oliveira descobriu aos 20 anos que sofre de uma doença rara degenerativa. Médicos demoraram oito anos a diagnosticá-la.

Fátima Oliveira viveu uma vida normal até aos 20 anos quando começou a ter falta de equilíbrio ao caminhar. Foi isso que a alertou de que qualquer não estaria bem. Quando foi ao médico para descobrir o que tinha começou a sua aventura. Só oito anos depois de muitas consultas e idas ao médico é que foi finalmente diagnosticada. Fátima Oliveira, 47 anos, é portadora de uma doença rara chamada Ataxia de Friedreich, uma doença neurodegenerativa hereditária. Alguns dos sintomas são a falta de equilíbrio e a falta de força nos membros inferiores e superiores, que vão piorando com o passar do tempo.

“O primeiro sintoma físico que o médico detectou, após os desequilíbrios, era que eu não tinha, e continuo a não ter, reflexos. Ou seja, se me baterem, por exemplo, com um martelo eu sinto que me batem mas não reajo. A maior tortura ao longo desses oito anos foi não conseguirem saber o que eu tinha ao certo”, recorda em entrevista a O MIRANTE.

As hipóteses para os problemas de saúde que tinha foram muitas: consequência de uma encefalite que teve aos dois anos; um tumor na cabeça; um derrame no ouvido interno. Só ao fim de quatro anos de consultas é que começaram a colocar a hipótese de ser uma ataxia mas ainda demoraram mais quatro anos até chegarem ao diagnóstico definitivo. Só em 1998, quando foi possível fazer os testes genéticos, é que descobriram o tipo de ataxia que Fátima Oliveira possuí. “Foram anos muito complicados. Desenvolvi uma depressão nervosa por não saber que doença tinha. Assim que me foi diagnosticado correctamente a minha doença a depressão desapareceu”, explica.

Fátima Oliveira vai lançar o seu terceiro livro no próximo domingo, 25 de Junho, nas Caldas da Rainha. “Tás com a mosca ou cheira-te a palha” é o título do livro de contos que escreveu nos últimos tempos. Sob a chancela da Chiado Editora, o livro tem o apoio da Associação Portuguesa de Ataxias Hereditárias (APAHE). “Se não fossem eles desconfio que este livro nunca veria a luz do dia”, afirma com um sorriso.

* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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