Sociedade | 11-07-2017 10:54

Batata junto a hipermercados em Salvaterra de Magos foi acto "isolado de descontentamento"

Batata junto a hipermercados em Salvaterra de Magos foi acto "isolado de descontentamento"

Com excesso de produção e sem estar a exportar, os armazéns estão cheios, tendo sido solicitado às grandes superfícies para que “afinem o preço à situação.

A associação de produtores de batata atribuiu hoje, 11 de Julho, o descarregamento de algumas toneladas de batata junto a vários hipermercados em Salvaterra de Magos, no distrito de Santarém, a “algum produtor que quis mostrar o seu descontentamento”.

O presidente da Porbatata, António Gomes, disse que o protesto, numa região “com excesso de batata”, foi “individual” e “nada teve a ver” com a associação.

“A situação há de ser de grande descontentamento, pois ninguém pega num produto que levou quatro a cinco meses [a produzir], que implicou tempo e dinheiro, e o deita à rua”, disse, por seu turno, Rodrigo Vinagre, dirigente regional da Porbatata e da organização de produtores hortofrutícolas Torriba.

O comentário surgiu depois de vários órgãos regionais terem noticiado o descarregamento de algumas toneladas de batata durante a madrugada junto de três hipermercados situados em Salvaterra de Magos, com vários populares a aproveitarem para encher sacos e levarem para casa.

Rodrigo Vinagre afirmou que a “aflição” é transversal aos produtores de batata, recordando António Gomes que a associação alertou a semana passada o Ministério da Agricultura e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) para a situação que se vive no setor.

Com excesso de produção e sem estar a exportar, os armazéns estão cheios, tendo sido solicitado às grandes superfícies para que “afinem o preço à situação” e façam campanhas de promoção da batata nacional, disse.

Rodrigo Vinagre afirmou que o facto de este ano a produção nacional ter começado a colocar batata no mercado “mais cedo do que é normal”, de estar a produzir mais e em mais área levou a que a oferta fosse maior que a procura, originando preços “muito maus”.

O dirigente associativo disse que os produtores estão a receber entre cinco e nove cêntimos por quilograma de batata, que é depois vendido nos supermercados a 50, 60 ou 70 cêntimos, uma situação que também atribui à incapacidade de os agricultores se juntarem e ganharem força junto da distribuição.

O apelo ao Ministério da Agricultura foi no sentido de ser facultado algum apoio que permita o armazenamento de batata em câmaras de frio, por “dois ou três meses”, para escoamento em período de menor oferta, afirmou.

À APED foi pedido que deixe de colocar no mercado batata de conservação, sobretudo proveniente de França, alguma há dez meses em câmaras, num período em que há batata nova nacional.

António Gomes adiantou que a situação do setor será discutida na próxima semana numa reunião com o secretário de Estado da Agricultura.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1660
    17-04-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1660
    17-04-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo