Sociedade | 02-09-2017 09:52

O músico profissional que optou pelo ensino da música e não se arrepende

O músico profissional que optou pelo ensino da música e não se arrepende
IDENTIDADE PROFISSIONAL

Mário Figueiredo, 40 anos, professor de música em Almeirim

Chegou a tocar profissionalmente e a percorrer Portugal inteiro com o seu trompete.

Mário Figueiredo nasceu em Almeirim há 40 anos e foi sempre ali que estudou até ao 12º ano de escolaridade. O professor de Educação Musical conta a O MIRANTE que “naquele tempo havia menos carga escolar e que havia mais tempo para brincar”. Na altura já frequentava o Conservatório de Música de Santarém, onde aprendeu a tocar trompete.

Licenciou-se em Educação Musical na Escola Superior de Educação do Intituto Politécnico de Leiria e foi-se “actualizando com várias formações”. Mário Figueiredo diz que a música esteve sempre presente na sua vida e em sua casa. “Havia sempre uma guitarra e havia sempre alguém que cantava. Penso que isso influenciou a minha opção pela música”.

O professor chegou a tocar profissionalmente e a percorrer Portugal inteiro com o seu trompete e partilhou o palco com alguns músicos conhecidos da cena musical, como por exemplo, Elmano Coelho, saxofonista de Vila Franca de Xira, que acompanha neste momento Aurea, ou com Filipe Raposo, pianista que toca com a cantora Mafalda Veiga.

Mário Figueiredo gostava de ter continuado como músico profissional mas a família e o trabalho seguro como professor falaram mais alto. “Para ser músico e evoluir teria de residir mais perto de Lisboa, que é o local onde há mais oportunidades de trabalho e de aprendizagem. Como isso também não era viável decidi-me pelo ensino e não me arrependo”.

O que mais gosta como professor é conseguir levar os alunos a conhecer outros estilos musicais e mostrar-lhes compositores que ainda hoje inspiram a música como Bethoven, Mozart ou Bach. O seu maior desafio foi quando esteve colocado no Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) e durante três anos lidou com jovens dos 15 aos 18 anos que se encontravam em risco ou perigo de exclusão escolar e social, depois de esgotadas todas as outras medidas de integração escolar.
“Gostei de trabalhar no projecto porque conseguimos motivar e ensinar jovens que estavam completamente desmotivados e eles aprendiam porque o ensino era através de projectos e eles viam uma finalidade naquilo que estavam a aprender. Houve dois alunos que frequentaram o PIEF que conseguiram chegar à universidade e muitos deles já trabalham e estão inseridos na sociedade”.

Mário Figueiredo conta que, como professor acaba quase sempre por criar uma relação, não só a nível académico mas também ao nível emocional e afectivo, com muitos alunos. “Os professores têm realmente inpacto nas vidas destes alunos. Sou amigo de alguns no facebook e ainda hoje costumo falar com eles”, conta.

O professor de Música tem vários passatempos e gosta de se envolver na vida associativa do concelho de Almeirim. Uma das suas paixões são as Vespas. Já participou e organizou competições daquele tipo de veículos de duas rodas mas actualmente já só faz “uns passeios de vez em quando, principalmente pelo convívio”. O gosto por aquele modelo de motas vem de pequeno. Mário ia, em criança, a casa de um tio que tinha uma vespa. “Eu tinha que dar sempre um voltinha na vespa dele e foi aí que nasceu o gosto”, conta.

É também confrade da Confraria Gastronómica de Almeirim, tendo entrado por convite. “Gosto, não só pelas pessoas que fazem parte da confraria, algumas das quais são da família, mas também por gostar de Almeirim e das suas tradições”. O associativismo rouba-lhe algum do seu tempo tempo livre mas diz que isso não é problema. “Tenho o privilégio de ter uma família muito compreensiva e isso é uma mais valia”, refere.

“Gosto de Sopa da Pedra e sei fazer mas nunca experimentei fazer nenhuma sozinho porque na Confraria temos um excelente chef que é o Rui Figueiredo, confessa. Almeirim não é só a Sopa da Pedra mas a sopa serve para chamar e trazer gente à cidade. Um dos objectivos da Confraria é promover o nome de Almeirim pelo mundo fora. Já estivemos em Bruxelas, no Parlamento Europeu; em Espanha, entre outros países. Já muita gente conhece a “Stone Soup” até porque há muitos emigrantes daqui que também fazem esse trabalho de divulgação”, explica.

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