Sociedade | 15-10-2017 11:06

“O tabaco é um elo invisível de que as pessoas se querem libertar”

“O tabaco é um elo invisível de que as pessoas se querem libertar”

A médica Maria do Carmo Cafede, uma ex-fumadora que conseguiu largar o vício agora ajuda os outros a fazê-lo.

É ou já foi fumadora? Sim, já fui fumadora.

Como conseguiu livrar-se do vício? Consegui porque, infelizmente, um familiar meu faleceu devido a um cancro do pulmão. Essa situação ficou no meu consciente e no meu subconsciente e um dia, por acaso, pus um cigarro na boca e soube-me mal. Desde essa altura, Setembro de 2005, nunca mais toquei num cigarro. Nem vou tocar.

Foi difícil viver com essa decisão nos primeiros tempos? Eu auto-intitulava-me uma fumadora reles, porque dizia que fumava pouco. Não chegava a 10 cigarros por dia. Havia dias e fins-de-semana inteiros em que não fumava. Achava que quando quisesse deixar de fumar seria fácil. Estava totalmente enganada. Porque mesmo quando se fuma pouco isso causa dependência da nicotina. Sofri um bocadinho com o síndrome de privação, com alguma irritabilidade... Mas os benefícios de deixar de fumar são tão rápidos que em cada dia aparecebemo-nos de uma melhoria. A partir daí decidi que nunca mais havia de fumar.

O fumo do tabaco incomoda-a ou tolera-o com alguma facilidade? O fumo incomoda-me, obviamente. Porque os ex-fumadores, ao fim de algum tempo, recuperam alguma acuidade de sentidos, nomeadamente paladar e olfacto. O cheiro do tabaco é desagradável e a nicotina tem um sabor amargo. Hoje, não consigo estar ao pé de fumadores.

Qual é a primeira coisa que diz a quem quer deixar de fumar? A primeira pergunta que faço é: porquê agora? O que leva a pessoa, naquele dia, a querer deixar de fumar? Qual é a motivação? Porque isso vai determinar a nossa percepção da capacidade que a pessoa tem para deixar de fumar.

E quais são as respostas mais comuns?

Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE AQUI

Uma alfacinha no Ribatejo

É no Centro de Diagnóstico Pulmonar que funciona a consulta de cessação tabágica em Santarém, que tem como responsável a médica Maria do Carmo Cafede. Um serviço garantido pela Administração Regional de Saúde através do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria. A primeira consulta ocorreu a 19 de Maio deste ano. Até ao momento, 41 utentes procuraram esse serviço. E a tendência é para aumentar. Para marcar consulta, basta contactar os serviços ou através do médico de família. Em Santarém é às segundas e sextas das 9h00 às 13h00 e às quartas das 14h00 às 18h00. Há consultas presenciais e consultas telefónicas. O processo leva um ano.
Maria do Carmo Cafede, casada e mãe de uma filha, nasceu em Lisboa mas vive em Santarém há muitos anos. “Gostei, adaptei-me e fiquei”. É especialista em medicina geral e familiar. Pertence aos quadros do ACES Lezíria.

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