Absolvido condutor do camião acusado de deixar Tofu numa cadeira de rodas
Companhia de seguros da empresa de camionagem para a qual o arguido trabalhava vai ter que pagar despesas da vítima por presunção de culpa do arguido.
O condutor do camião que esteve envolvido no acidente que atirou Gonçalo Neves para uma cadeira de rodas e totalmente dependente de terceiros, foi absolvido do crime de condução perigosa, devido à fragilidade das provas recolhidas pelas autoridades na altura do acidente.
O juiz do Tribunal do Cartaxo criticou a actuação das forças policiais que ocorreram ao acidente, no dia 1 de Setembro de 2011. “O juiz disse que não podia ser justiceiro, apesar de querer fazer justiça, mas não podia ser devido à falta de factos para comprovar como ocorreu o acidente”, explicou Sandra Martins, mãe de Gonçalo Neves, mais conhecido por Tofu, que assistiu à leitura da sentença.
Sandra Martins explicou a O MIRANTE que o juiz condenou, no entanto, a companhia de seguros da empresa de camionagem para a qual o arguido trabalhava por presunção de culpa do arguido. Ou seja, as despesas que Tofu já teve, e que venha a precisar no futuro, com tratamentos médicos, obras de adaptação da casa à nova condição de Gonçalo, que precisa de uma cadeira de rodas, vão ser pagas pela companhia de seguros do arguido. “Ainda não chegamos a um valor de indemnização. Essa situação vai agora ser avaliada”, explica a mãe de Gonçalo.
Sandra Martins aceita a decisão do juiz mas refere que o que a choca, desde o início deste processo que se arrasta nos tribunais há cerca de seis anos, foi a forma como tudo aconteceu. “O deficiente tratamento que os militares da GNR deram a este acidente. Não retiraram o tacógrafo do camião, não se fez um levantamento de nada e o relatório da ocorrência só apareceu mais de um ano depois. Foram erros a mais que levaram a esta decisão”, sublinha.