Sociedade | 20-01-2018 14:02

“As pessoas que abandonam os animais não têm carácter”

“As pessoas que abandonam os animais não têm carácter”
IDENTIDADE PROFISSIONAL
Foto O MIRANTE

Ser médica veterinária foi a opção profissional de Sandra Agostinho, uma escolha que a faz feliz.

Sandra Pilar Agostinho nasceu em Torres Novas há 46 anos. É casada e tem dois filhos. Terminou a licenciatura em Medicina Veterinária na Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa em 1994. Foi a sua primeira opção na hora de escolher o curso superior, porque sempre se viu a trabalhar na área da clínica veterinária.


Filha única, viveu os primeiros nove meses de vida em Santarém e depois por motivos familiares rumou a Lisboa. Sandra recorda a sua infância com carinho. “Apesar de viver em Lisboa brincava muito na rua, era super feliz”, diz Sandra, que contava com a mãe, dona de casa, sempre por perto.


Depois de finalizar o curso, trabalhou em Montemor-o-Velho, com animais de produção pecuária. Conta que foi uma experiência enriquecedora tanto do ponto de vista profissional como pessoal, mas um problema de saúde obrigou-a a parar durante quase um ano e a reconsiderar o seu futuro profissional.


“A clínica de espécies pecuárias era muito dura do ponto de vista físico e o meu estado de saúde não me permitia aguentar o ritmo, pelo que decidi dedicar-me a tempo inteiro aos pequenos animais”. Após um estágio de um ano em Lisboa, na área de animais de companhia, decidiu abrir a sua própria clínica. “O Centro Médico Veterinário Doutor Patas surge no Entroncamento porque na altura o meu marido trabalhava cá e como tal decidi mudar-me de armas e bagagens”. Considera que a abertura da clínica foi, sem dúvida, uma aposta ganha.


Actualmente divide-se entre Barcelona, cidade onde reside, e o Entroncamento, onde vem uma a duas semanas por mês para dar consultas. Esta mudança deveu-se a motivos familiares. Para já continua a exercer só na Clínica Doutor Patas, mas pondera num futuro próximo conciliar a actividade entre as duas cidades.


Os clientes da Doutor Patas recorrem à clínica para procedimentos de rotina (vacinas, cirurgias electivas…) mas também, e cada vez mais, em busca de segundas opiniões e para a realização de cirurgias mais complexas.

Ter um animal é um compromisso
Sandra considera que as pessoas que abandonam os animais “são desprovidas de carácter”. Muitas vezes os argumentos para o abandono passam pelo elevado custo dos serviços médico-veterinários, pelo desemprego, separação ou simplesmente porque o cão cresceu demais. O abandono, diz a veterinária, nunca pode ser uma solução porque se trata de um ser vivo. “Ter um animal tem de ser um compromisso para a vida. Hoje em dia, um cão ou um gato podem viver 15 a 18 anos e esse factor tem de ser muito bem ponderado, porque envolve custos e disponibilidade emocional”, comenta.


Os canis municipais e intermunicipais por vezes são a única alternativa possível para acolher os animais abandonados, mas Sandra defende campanhas institucionais de sensibilização, a começar pelos mais novos na escola, para motivar os mais pequenos a respeitar os animais e a saber lidar com eles. O controlo de natalidade é um pilar importante para evitar o abandono e controlar o número de animais abandonados. Sandra garante que o processo é simples e ao alcance de qualquer bolsa.

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