Sociedade | 02-03-2018 00:04

Suspeitos de degolar taxista do Entroncamento começam a ser julgados hoje

Os dois arguidos que se encontram em prisão preventiva foram detidos no início de maio de 2017 numa pensão em Torres Novas.

Dois homens suspeitos de terem assassinado um taxista do Entroncamento, que apareceu degolado num local ermo perto de Meia Via, no concelho de Torres Novas, em maio de 2017, começam a ser julgados sexta-feira pelo Tribunal de Santarém.

Além da prática dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e sequestro cometidos sobre o taxista, os dois homens, com 56 anos, são ainda acusados pelo Ministério Público (MP) de crimes de sequestro e roubo qualificado, na forma consumada, sobre duas mulheres, sendo que um deles responde também pelo crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência e o outro por extorsão na forma tentada.

Os dois arguidos, que se encontram em prisão preventiva, foram detidos no início de maio de 2017 numa pensão em Torres Novas depois da série de crimes que alegadamente cometeram entre os dias 19 de Abril e 02 de maio em vários concelhos dessa zona.

No caso do taxista, a dupla chamou um táxi pelas 18h00 do dia 1 de maio para a morada da pensão.

Um dos arguidos conhecia a vítima de negócios realizados há uns anos e por esta ter sido testemunha de acusação num processo em que fora julgado pelo tribunal de Santarém, afirma a acusação.

Assim que entraram no táxi, o arguido apontou uma faca à zona do abdómen do taxista, tendo este entregue dinheiro (30 euros), o cartão de débito e dois cheques que tinha na sua posse e seguido, por ordem dos assaltantes, para a Golegã, onde foi obrigado a levantar 200 euros e a assinar e preencher os cheques no valor de 1.500 e 2.500 euros.

Segundo o MP, por recearem que o taxista os incriminasse, os dois decidiram então praticar o homicídio, obrigando a vítima a ir para o banco de trás do táxi, onde o amarraram, seguindo para o local ermo junto à Meia Via.

Já fora do carro, amarraram uma meia de vidro à volta do pescoço da vítima, que apertaram, dando em seguida uma facada na zona do coração e outra na garganta, arrastando depois o corpo para um local mais escondido. Os objectos em ouro que lhe retiraram nessa ocasião foram depois encontrados na posse de um dos arguidos, afirma a acusação.

O táxi foi abandonado junto à Santa da Ladeira, em Torres Novas, tendo ainda sido feito um levantamento de 160 euros da conta do taxista no dia seguinte ao homicídio, acrescenta.

Os outros crimes envolveram três mulheres, a primeira, uma advogada de Almeirim, foi roubada e ameaçada a 19 de Abril por um dos arguidos, que, depois de combinar um encontro junto a um restaurante sob o pretexto de precisava dos seus serviços, a levou para um local ermo junto a Tancos, onde, alegando que havia sido contratado para a matar por 25.000 euros, tentou extorquir-lhe 3.000 euros, roubando-lhe o dinheiro e os cartões de crédito que tinha consigo.

Outra vítima foi abordada na noite de 27 de Abril quando entrou para a sua viatura no estacionamento do hospital de Torres Novas, tendo sido obrigada pelos dois a vários levantamentos em caixas de multibanco no Entroncamento, em Vila Nova da Barquinha e em Tomar, e a estacionar depois num local ermo junto a Atalaia, onde lhe deram três comprimidos que a deixaram a dormir profundamente.

Foi quando a vítima se encontrava inconsciente que um dos arguidos praticou a violação, deixando-a depois num estacionamento no Entroncamento, onde a mulher acordou às 12h00 do dia seguinte, afirma a acusação.

Os dois são ainda acusados do crime de furto qualificado na forma tentada contra outra mulher, no dia 29 de Abril, no estacionamento de um hipermercado em Torres Novas, que só não foi concretizado porque a vítima tinha as portas da viatura trancadas quando tentaram entrar e conseguiu pôr a viatura em andamento e fugir.

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