Sociedade | 12-04-2018 10:28

Novos donos da Bella Guarda querem expulsar os sem-abrigo

Novos donos da Bella Guarda querem expulsar os sem-abrigo
Foto O MIRANTE

Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira assegura que os serviços sociais estão atentos e a acompanhar a situação.

Cerca de uma dezena e meia de pessoas sem abrigo, que residem ilegalmente no esqueleto de ferro e betão do condomínio inacabado da Bella Guarda, em Vila Franca de Xira, vão ter de abandonar o local nos próximos meses. A exigência é feita pelos novos donos do espaço que querem começar a desenvolver os procedimentos para concluir a construção daquele que será o maior condomínio de luxo do concelho.


O grupo brasileiro comprou a urbanização à Bolsimo, fundo imobiliário do grupo Montepio, por 4,5 milhões de euros. O negócio foi confirmado esta semana pelo presidente do município de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), que já veio garantir que ninguém será “despejado à força” mas que a oportunidade de dinamização daquele espaço exige que a câmara “encontre soluções” para quem ali vive.


Muitos dos ocupantes são provenientes da antiga fábrica do arroz da cidade, que foi demolida para dar lugar à Fábrica das Palavras, e os serviços sociais estão a acompanhar o caso. “Há um investidor disponível para acabar o projecto e temos de aproveitar essa oportunidade de reabilitar os prédios e depois encontrar solução para as pessoas que ali vivem. Mas nem tudo é fácil, há situações de carácter social em que as pessoas não querem uma resposta habitacional, querem continuar a vida na rua. E teremos de procurar uma solução”, explica o autarca.


A urbanização está abandonada há uma década e fica situada numa encosta em frente à auto-estrada do norte (A1), entre a rua António Lúcio Baptista e a Escola Secundária Alves Redol. Na última Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira o prémio concelho foi atribuído precisamente ao fotojornalista vilafranquense Bruno Colaço, que acompanhou durante vários meses os moradores daqueles prédios e retratou o seu dia-a-dia.
O prédio tem uma área residencial de cinco mil metros quadrados e é composto por 75 habitações, 74 arrecadações e 151 estacionamentos em cave. O projecto previa a construção de piscina, mini-golf, zonas verdes e um parque infantil, que não chegaram a ser feitos. A construção da Bella Guarda foi deixada a meio devido à falência das Construções Ramalho Couto SA.

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