Sociedade | 16-04-2018 12:28

De maior metalúrgica do mundo a placa de cimento em Alverca

De maior metalúrgica do mundo a placa de cimento em Alverca
Foto O MIRANTE

Memorial da metalúrgica Mague foi inaugurado no centro da Malvarosa.

Da casa onde vive, Ildefonso Coelho foi um espectador privilegiado do crescimento do império da metalúrgica Mague, em Alverca do Ribatejo, e do seu desmoronamento em 1994. Trabalhou na empresa durante 33 anos e viu o crescimento brutal de pavilhões e máquinas durante anos a fio, acabando por ver depois o arrasar daquela indústria e o crescimento do que é hoje a urbanização Malvarosa.

“É uma tristeza muito grande, tive na Mague as melhores memórias da minha vida. Vi o império crescer e desmoronar-se de um momento para o outro. É uma tristeza ver o que há aqui hoje, estes montes de cimento [apartamentos] não me dizem nada”, confessa a O MIRANTE, com a voz embargada.

E não é o único. Dos quase 3 mil trabalhadores que a Mague teve nos seus tempos áureos, pouco mais de duas dezenas compareceram na inauguração, na manhã de sábado 14 de Abril, do memorial que a câmara municipal construiu no centro da Malvarosa. Um bloco de cimento com uma réplica das letras que estavam colocadas por cima do portão da empresa. João Luís é outro ex-trabalhador que ainda hoje coloca na sua profissão de metalúrgico o que aprendeu na Mague. “O sentimento é de grande tristeza por ver no que isto deu, a tecnologia que hoje se emprega na metalomecânica ainda fica atrás do que há 25 anos se fazia na Mague”, revela.

Outro ex-trabalhador da empresa, João Lourenço, lembra que mais do que bons trabalhadores a Mague também formava “grandes homens”.

A Mague foi fundada em 1952 e teve um papel preponderante para o crescimento populacional, económico e social de Alverca e do concelho de Vila Franca de Xira. Além da sua participação na maioria das grandes obras nacionais, internacionalizou a sua produção nos anos 70 e 80 e ainda hoje muitos portos mundiais ainda operam com máquinas produzidas em Alverca. Depois de 42 anos de laboração e após uma venda atribulada a accionistas estrangeiros, a empresa colapsa e cessa actividade em 1994.

* Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE

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