Sociedade | 11-05-2018 14:04

Um projecto para o Tejo para realizar em décadas

Um projecto para o Tejo para realizar em décadas
Foto O MIRANTE

Os proprietários de uma casa agrícola ribatejana lançaram uma ideia que visa mudar a face do Ribatejo, tendo como ponto de partida o aumento da área de regadio com recurso a água do Tejo. O plano embrionário já foi apresentado às mais altas figuras do Estado.

Os elevados custos com a captação de água subterrânea para a agricultura e o aproveitamento das potencialidades do Tejo levaram os administradores de uma casa agrícola de Alpiarça a lançar para o debate o Projecto Tejo que visa, entre outras vertentes, criar uma imensa área de regadio no Ribatejo (e não só) utilizando a água do rio, restabelecer a navegabilidade até Abrantes e potenciar o turismo na região.

O projecto tem como base a construção de seis açudes, entre Abrantes e Castanheira do Ribatejo, dotados de eclusas que permitam a navegação de embarcações ligeiras. Na génese da ideia estão os irmãos Manuel e Miguel Campilho, da Quinta da Lagoalva, assessorados tecnicamente por Jorge Froes, um especialista na área da engenharia hidráulica.

A ideia já foi apresentada ao Governo, ao Presidente da República e aos partidos com assento parlamentar bem como a diversas organizações ambientalistas e não só. A intenção é suscitar o debate e entregar ao Governo, até final desde ano, um estudo mais consistente que sirva de ponto de partida para uma obra de décadas, a concretizar por módulos, e que, para já aponta para um custo final de 4,5 mil milhões de euros. Um valor astronómico que só o Estado está em condições de garantir, através de fundos comunitários ou outras linhas de financiamento, sublinharam os autores, embora se saiba que a União Europeia actualmente não está a comparticipar projectos de regadio.

Na apresentação do projecto que decorreu na tarde de 10 de Maio no auditório da Escola Superior Agrária de Santarém, numa sessão promovida pela associação Mais Santarém, foram explanadas as vantagens de um investimento com essas características que permitiria 240 mil hectares de culturas de regadio no Ribatejo, 40 mil hectares no Oeste e 20 mil hectares na zona de Setúbal através de sistemas de distribuição de água.

Além disso, salientam os promotores do projecto, proporcionaria o restabelecimento da navegabilidade numa grande extensão do rio, o controlo da intrusão salina, o abandono das águas subterrâneas para fins agrícolas, o desenvolvimento do turismo, a recuperação da piscicultura e a produção hidroeléctrica através de mini hídricas. Possibilitaria ainda a criação de zonas de descontinuidade florestal e novos pontos de água para abastecimento de meios de combate a incêndios.

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