Sociedade | 24-06-2018 11:00

Lezíria do Tejo com plano para combater insucesso e abandono escolar

Lezíria do Tejo com plano para combater insucesso e abandono escolar
Projecto pioneiro a nível nacional entra em vigor no próximo ano lectivo nos municípios da CIMLT

Novo projecto educativo promovido pela comunidade intermunicipal vai implementar práticas pedagógicas comuns em dez municípios durante três anos.

Aulas no campo e no contexto cultural e ‘bootcamps’ (campos de férias de inspiração militar) em Tancos são algumas das medidas a serem implementadas em 19 agrupamentos de escolas de 10 municípios da Lezíria do Tejo no âmbito do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar da Lezíria do Tejo (PIICIE LT) promovido pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT). O objectivo é reduzir e prevenir o abandono escolar nesse território. O projecto conta com um financiamento de cerca de 4,3 milhões de euros do Fundo Social Europeu.
Trata-se de um projecto pioneiro a nível nacional que entra em vigor no próximo ano lectivo e tem, para já, uma duração de três anos. Rio Maior é o único município da Lezíria do Tejo fora deste plano, já que se adiantou com a candidatura de um projecto próprio nessa área. No total, estarão envolvidas 155 escolas e mais de 26 mil alunos desde o pré-escolar ao ensino secundário dos municípios de Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Salvaterra de Magos e Santarém.
A apresentação do plano decorreu no dia 14 de Junho, no Convento de São Francisco, em Santarém. Para o presidente da CIMLT, Pedro Ribeiro, fugindo de uma área de intervenção tradicional dos municípios - até aqui vocacionados para a melhoria dos equipamentos escolares -, este projecto procura assegurar que o ensino público tenha todos os recursos para ser “de qualidade” e “não excluir ninguém”.
Quanto ao insucesso escolar, diz que não tem nada a ver nem com os alunos nem com os professores, mas com factores externos à escola. É por isso, refere, que é necessário envolver toda a comunidade. “Não vamos fazer milagres mas queremos que a longo prazo os resultados sejam positivos e os jovens sejam felizes”, afirma Pedro Ribeiro.
O primeiro secretário da CIMLT, António Torres, afirmou que o plano inclui um levantamento da oferta formativa existente ao nível do ensino profissional e das necessidades sentidas pelas empresas da região, com o objectivo de, a prazo, adequar os cursos à oferta de emprego. Acrescentou que o projecto tem garantida uma segunda fase, uma vez que a candidatura contempla um total de cinco milhões de euros.

Bootcamps, aulas na natureza e acompanhamento psicológico
Em termos práticos, cada município responsabiliza-se pela implementação de acções que integram dois eixos: a educação positiva e a educação pela inovação, através da constituição de uma Equipa Multidisciplinar de Intervenção Comunitária (EMIC) que vai trabalhar em todos os agrupamentos de escolas e será constituída por um psicólogo, um educador social, um assistente social e um animador sociocultural.
Na parte da educação positiva, o projecto vai oferecer aos alunos sessões de mentoria para o 2.º e 3.º ciclos, uma academia inteligência para apurar a parte emocional dos jovens, ‘bootcamps’ de cinco dias, oficinas criativas para melhorar a concentração e acompanhamento psicológico para algumas famílias.
Em relação à educação para a inovação serão implementadas salas do futuro em cada agrupamento de escolas, aulas na natureza e em contexto cultural e um laboratório móvel que se deslocará às várias escolas abrangidas por quatro a cinco dias.

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