Sociedade | 05-07-2018 16:36

Governo diz que Plano de Acção Tejo Limpo permitirá evitar episódios de poluição no futuro

Governo diz que Plano de Acção Tejo Limpo permitirá evitar episódios de poluição no futuro

No final de Janeiro, um manto de poluição atingiu o rio Tejo, em Abrantes, (a sul de Vila Velha de Ródão).

O Governo aprovou hoje, em Conselho de Ministros, o Plano de Acção Tejo Limpo, que vai permitir aprofundar o conhecimento da situação real da bacia hidrográfica do rio de forma a evitar episódios de poluição no futuro.

Em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho Ministros, o ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes explicou que o plano hoje apresentado, que representa um investimento de 2,5 milhões de euros, é a terceira fase de um plano que tem vindo a ser levado a cabo desde o início do ano, depois do “fenómeno agudo de poluição” registado a 24 de Janeiro no rio Tejo e de “muitos outros que o antecederam”.

De acordo com o ministro, depois da primeira fase, que foi de “estancar e resolver os problemas de poluição e passar novas licenças às entidades potencialmente poluentes para garantir uma maior qualidade no tratamento dos efluentes”, inicia-se agora a terceira fase.

A segunda fase, indicou, é aquela que “ainda está em curso, com a remoção das lamas no Tejo em frente a Vila Velha de Rodão”.

“A terceira fase que se inicia agora resumiria num verbo: garantir. Isto é, termos a certeza que não só a impunidade acabou, como os riscos de poluição serão reduzidos no futuro próximo”, disse o ministro.

O Plano de Acção Tejo Limpo tem um volume de investimento na ordem de dois milhões e meio de euros, financiado através do fundo ambiental e que se prolongará nos próximos quatro anos.

“De forma a garantir que a impunidade acabou e que os riscos de poluição são menores será feita ainda a contratação de cinco vigiantes da natureza, resgatando a natureza dos ‘velhos’ guarda rios que serão os primeiros olhos de agentes dissuasores”, disse João Matos Fernandes.

O ministro do Ambiente garantiu que, depois dos “fenómenos de poluição”, a água do Tejo “está boa”, sendo que as análises demonstram, “apesar de algumas oscilações”, que não há nenhum ponto que “esteja a menos de seis/sete gramas por litro”.

“Neste momento, a água no Tejo está boa. No dia 24 de Janeiro, o valor de oxigénio dissolvido na água era de 1,1 miligramas por litro, com um miligrama atinge-se a situação de anoxia - ausência de oxigénio para haver vida no Tejo - e hoje com algumas oscilações não há nenhum ponto no rio Tejo que esteja a menos de seis/sete miligramas por litro, quando o limiar mínimo de água de qualidade é de cinco miligramas por litro de oxigénio”, disse.

De acordo com o ministro, a terceira fase contempla ainda a construção de uma plataforma tecnológica que vai congregar toda a informação gerada sobre a qualidade da água do Tejo, “mesmo aquela que será tornada pública do autocontrolo vindo das empresas”.

"Já temos duas estações automáticas a funcionar", revelou o ministro, adiantando que o Governo quer mais componentes de monotorização da qualidade da água, “desde Perais onde o Tejo entra em Espanha, até ao próprio estuário do Tejo”, além de uma maior capacidade de fiscalização e inspecção, que passará pela aquisição de equipamento como embarcações e viaturas todo o terreno, além de material analítico.

No final de Janeiro, um manto de poluição atingiu o rio Tejo, em Abrantes, (a sul de Vila Velha de Ródão).

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse na altura que o fenómeno de poluição era “resultado da libertação da matéria orgânica depositada sob a forma de sedimentos no fundo das albufeiras do Fratel e de Belver, provocada por anos de funcionamento das indústrias aí localizadas e da reduzida precipitação do último ano, que não diluiu essa carga orgânica”.

A fábrica de papel Celtejo, em Vila Velha de Ródão, viu o seu volume diário de efluente a rejeitar para o rio ser reduzido pela tutela.

Apesar das restrições impostas à Celtejo, João Matos Fernandes sublinhou que não estava a ser atribuída responsabilidade directa à empresa nesse incidente de poluição no Tejo.

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