Sociedade | 28-07-2018 13:52

Casal belga vive no cais de Vila Franca de Xira

Casal belga vive no cais de Vila Franca de Xira
FOTO O MIRANTE

Luc Fannes e Anna Mermans encontraram no Ribatejo um porto de abrigo que os deslumbrou pela paisagem. Vivem num veleiro e estão encantados com a hospitalidade dos vilafranquenses.

Para ir ao encontro de Luc Fannes e Anna Mermans atravessa-se a plataforma da marina de Vila Franca de Xira. De um lado, a imensidão do Tejo, do outro os vários barcos atracados na marina e o jardim Constantino Palha. Recebem O MIRANTE com um sorriso rasgado e encaminham-nos para a sua casa: o veleiro Distant Song, o último barco da plataforma que fica mesmo em frente ao cais. O casal belga diz que a paisagem que rodeia o veleiro, no qual vivem desde Janeiro de 2017, foi um dos motivos que os fez ficar aqui até hoje.

O nome “Distant Song” vem do som que o barco faz quando o vento bate nos seus dois mastros e que parece uma melodia. Luc diz que aquele som o faz sentir como se estivesse no ventre da mãe e como se o barco o protegesse. Anna refere que a princípio acordavam a meio da noite com barulho, mas que hoje, se acordam, pensam “Ah, ok, é só o barco a cantar!”.

Anna e Luc, com idades entre os 55 e os 63 anos, vieram pela primeira vez a Vila Franca de Xira em Dezembro de 2016 para ver um barco que estava à venda na Internet. Em Janeiro, compraram-no, arranjaram-no e por ali ficaram.

Apesar de já terem viajado por muitos países e de a experiência de viver num barco não ser novidade para este casal originário de Retie, na flamenga Antuérpia belga, nunca tinham vindo a Portugal. Estiveram nos Estados Unidos, no Reino Unido, Canadá, França, Espanha e nas ilhas do Canal da Mancha (Jersey, Guernesey e Alderney).

A simpatia dos vilafranquenses conquistou-os. “As pessoas tentam ajudar-nos e dizem-nos olá de manhã. Não se faz isso na Bélgica, ninguém diz nada”, conta Anna, e sublinha: “Aqui a vida é como ela é, não é como no Algarve. Aqui há os verdadeiros portugueses. Não é um local de férias. Se queremos outra coisa, podemos sempre ir a Lisboa ou a Cascais.”

Por outro lado, contam que nos primeiros tempos foi um pouco difícil comunicarem com os vilafranquenses, porque, apesar de serem simpáticos, poucos falam inglês no comércio local. Valeu-lhes Anna falar espanhol, ir conseguindo aprender um pouco de português e também as primeiras pessoas que conheceram na cidade - Eduardo Solano, um piloto da TAP reformado que domina a língua inglesa e que lhes vendeu o barco, e Luísa Vieira, proprietária do bar Flor do Tejo que, mesmo não falando inglês, os tentou sempre ajudar na adaptação à cidade.

Em Vila Franca de Xira, tomam o pequeno-almoço no barco, mas costumam ir tomar café fora e vão com regularidade ao mercado da cidade fazer compras. De vez em quando, viajam de barco até ao Seixal, Cascais, Arrábida ou Tróia. Têm planos de, num futuro próximo, irem até ao Algarve ou à Madeira.

Vivem 80% a 90% do tempo no barco mas Anna mantém a sua casa na Bélgica e, de vez em quando, vai lá. Já Luc, que teve um stand de venda de automóveis e está reformado há dezoito anos, vendeu tudo (casa e apartamentos que tinha na Bélgica) há cerca de dois anos. Comprou um pequeno iate nos Estados Unidos onde ficaram cerca de ano e meio e que os levou até ao Reino Unido, França e Espanha. Foi depois de vender este primeiro barco na Holanda que pensou comprar outro e o destino trouxe-os até Vila Franca de Xira.

* Reportagem completa na edição semanal de O MIRANTE.

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