Sociedade | 06-09-2018 12:04

Vítima de violência doméstica escapa à morte porque a pistola encravou

Tentou disparar três vezes à cabeça da mulher numa rua de Fátima.

Um homem natural de Fátima, concelho de Ourém, tentou matar a mulher, mas a vítima salvou-se porque a pistola com que Manuel S. pretendia tirar a vida à companheira nunca disparou. O agressor, que vai ser julgado em Santarém dois anos após o caso, tentou disparar por três vezes à cabeça da vítima, mas quando premia o gatilho a pistola encravava. A situação aconteceu numa rua de Fátima, em Agosto de 2016, logo após a mulher ter fugido de casa. O Ministério Público acusa-o dos crimes de tentativa de homicídio, violência doméstica e detenção de arma proibida.

A investigação determinou que a partir do momento em que o casal veio para Portugal, em Dezembro de 2005, um mês após o casamento, a vítima passou a ser constantemente coagida, ofendida, ameaçada e violentada fisicamente por Manuel. O arguido, de 61 anos, dizia que a mulher, de 43 anos, servia era para ter relações sexuais e ficava furioso quando ela não queria. A partir de determinada altura controlava todos os seus horários e movimentos e impedia-a de vestir algumas roupas e de falar com outras pessoas.

O arguido, refere a acusação, chegava a rasgar as roupas da vítima quando achava que estas mostravam mais o corpo, como blusas de alças ou com decote e saias. Foi ao ponto de proibi-la de usar perfume, dizendo que ela se vestia e perfumava para agradar a outros homens. Por várias vezes apertou o pescoço à vítima e chegou a apontar-lhe uma faca, dizendo que a abria desde o órgão sexual ao pescoço. Estas situações ocorriam geralmente quando a mulher não estava predisposta a manter relações sexuais.

Segundo o Ministério Público, a vítima, que tinha dois filhos do arguido, já nascidos em Portugal, era acusada de andar com outros homens quando começou a trabalhar na cozinha de um restaurante e recusava por vezes manter relações com o marido por chegar a casa cansada do trabalho. Numa ocasião em que a mulher foi ao médico, por ter aparecido um caroço no peito, o marido desferiu-lhe um murro no nariz. Porque não gostou que o médico tivesse palpado o peito na zona do caroço.

Manuel S. incorre numa pena de prisão de dois a cinco anos, pelo crime de violência doméstica, e de oito a dezasseis anos e meio, pelo crime de homicídio qualificado sob a forma tentada.

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