Não tinha qualquer experiência autárquica, mas decidiu lançar-se na corrida às últimas eleições integrando a lista do PS que lidera a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira.

Licenciada em Geografia e Planeamento Regional, com mestrado na mesma área, conheceu os corredores da Câmara de Vila Franca de Xira durante o seu percurso académico. “Aceitaram o meu pedido de estágio curricular, o que para mim foi uma enorme alegria, já que iria trabalhar num território que conheço como as palmas das minhas mãos”, conta.

Terminado o estágio surgiu a oportunidade de integrar o gabinete de sistema de informação geográfica daquela autarquia, onde continua a trabalhar. Há 18 meses, quando integrou o executivo da junta, Irina passou a ter de dedicar algum do seu tempo às finanças da freguesia. “Tem sido uma aprendizagem constante, pois venho de uma área completamente diferente. Felizmente conto com a ajuda do restante executivo e funcionários desta autarquia, que fazem um trabalho extraordinário”, refere.

Irina Bruxela cresceu na zona do Bom Retiro, em Vila Franca de Xira, onde diz ter tido uma infância calma e feliz. Aos 18 anos, quando vai estudar para a Universidade Nova, em Lisboa, escolheu continuar a viver em Vila Franca de Xira. “Aqui vive-se às portas da capital e a qualidade de vida é fantástica, por isso não me quis mudar”, afirma.

A cidade que está em permanente desenvolvimento e tem crescido a nível populacional “caminha para o progresso e tem sabido ganhar o seu lugar”. Como locais de eleição destaca o passeio ribeirinho e o Evoa - Espaço de Visitação e Observação de Aves, que tem “o pôr-do-sol mais belo” que já viu.

Sem qualquer ligação a um partido político ou experiência nas lides autárquicas, Irina aceitou o convite João Santos (PS), actual presidente da junta de Vila Franca de Xira, por acreditar que tinha as qualidades certas para dinamizar e desenvolver a freguesia. “Já nos conhecemos desde os tempos de faculdade. Fomos colegas de licenciatura e mais tarde foi meu orientador de estágio na câmara. Considero-o uma pessoa dinâmica e com enorme sentido de responsabilidade, por isso sabia que podia mergulhar neste desafio”, diz a O MIRANTE.

Diz-se uma pessoa reservada e que profissionalmente sempre teve pouco contacto directo com o público. “Enquanto técnica na câmara contacto com os cidadãos por telefone, aqui é cara a cara. Há maior proximidade”, diz Irina que na rua costuma ser abordada por pessoas que vêm alertar para problemas na freguesia, seja porque a papeleira não foi despejada, ou porque têm um buraco à porta de casa. “E nós estamos cá para resolver, faz parte das nossas funções”, diz afincadamente.

Controlo financeiro é fundamental

Para a tesoureira, o controlo financeiro numa junta de freguesia é um pilar fundamental, já que o “orçamento não é ilimitado e tem de estar muito bem definido”. “Temos um orçamento bem delineado, mas diariamente temos de gerir os percalços que vão surgindo, como reparar uma rua ou o mobiliário urbano”, diz Irina que considera desafiante gerir o dinheiro público e manter as contas saudáveis.

“Quem lidera uma autarquia nunca se pode esquecer que o dinheiro é de todos os cidadãos e que tem de ser criteriosamente gerido e bem aplicado. Assumi este compromisso desde o primeiro dia e nada me deixa mais satisfeita com o meu trabalho do que saber que os outros ficam satisfeitos com as minhas acções”, conclui.