Sociedade | 19-03-2019 15:00

“Se há coisa que me tira do sério é o chico-espertismo e o facilitismo”

“Se há coisa que me tira do sério é o chico-espertismo e o facilitismo”
IDENTIDADE PROFISSIONAL

Sandra Melo, 46 anos, solicitadora e presidente dos Bombeiros Voluntários de Benavente.

Nasceu em Luanda mas foi com três anos viver para Benavente, terra que considera a sua e onde tem escritório aberto. A solicitadoria é uma paixão antiga. É também presidente dos Bombeiros de Benavente e já alcançou alguns dos objectivos que traçou para o seu mandato.

Odeia falhar e detesta o chico-espertismo e o facilitismo. Sandra Melo tem 46 anos, é solicitadora em Benavente e acumula agora também com essas funções o cargo de presidente da associação de bombeiros voluntários daquela vila. É uma pessoa que, quando falha, respira fundo e tenta ultrapassar o nervosismo procurando soluções que permitam ultrapassar os obstáculos. Séria e pragmática, tira-a do sério a mentira, os facilitismos e as habilidades.

Foi viver com os pais ainda criança para Benavente e confessa que passou uma infância agradável. “O que se viveu naquele tempo não seria possível hoje. Brincávamos todos na rua e no campo. As mães não sabiam de nós, não havia telemóveis para controlar e no fim do dia chamavam pela janela. Hoje em dia isso é impensável”, conta. É solicitadora e gosta do que faz. Por vezes tem dias complicados mas gosta da área a que se dedicou.

“Comecei a interessar-me pela parte predial, finanças e conservatória quando trabalhava numa empresa de venda de imóveis. Acabei por tirar o curso de solicitadoria no Instituto Superior de Humanidades da Universidade Lusófona. Os meus valores fundamentais são a idoneidade e o humanismo. Temos de fazer os possíveis e impossíveis para que isso aconteça e para servir bem os clientes. Sou uma pessoa franca que estima o sigilo acima de tudo”, conta.

No seu escritório, situado na Avenida Manuel Lopes de Almeida, trata de todos os assuntos relacionados com solicitadoria, uma área que ainda enfrenta a concorrência desleal dos profissionais não qualificados. “Não é fácil combater a procuradoria ilícita e a culpa também é da nossa classe. Muitas vezes as pessoas que fazem esse trabalho estão ao nosso lado e não dizemos nada por gerar conflitos e confusão. Não é um combate fácil e tem de começar pelas próprias entidades quando recebem esses procuradores ilícitos. Os serviços atendem e não são capazes de dizer que essas questões são apenas para profissionais”, lamenta. Acrescenta que as ordens profissionais deviam ter uma força mais vincada para combater a procuradoria ilícita e diz que há queixas a correr mas que muitas vezes acabam em nada.

Considera que a proximidade de Benavente com Lisboa é um problema mas ao mesmo tempo também uma vantagem para a vila. “Para o comércio local é mau, porque as pessoas ao estarem perto de Lisboa acabam por ir à capital passear e fazer lá as compras. Mas é bom estarmos perto porque Lisboa é onde tudo acontece e onde muita gente trabalha”, defende.

Sandra Melo está a cumprir o seu primeiro mandato à frente da direcção dos bombeiros de Benavente e considera que está a ser um desafio interessante. Ser uma mulher num mundo maioritariamente dominado por homens não a aflige. “Já alcançámos alguns objectivos a que a nossa direcção se propôs, como a compra de uma nova ambulância e estamos agora a trabalhar na requalificação do quartel”, revela.

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