Sociedade | 21-04-2019 10:00

Abate de árvores em Vila Franca de Xira coloca autarcas debaixo de fogo

Presidente do município já veio dizer que não é “um assassino ambiental”.

As árvores que estão a ser abatidas no concelho de Vila Franca de Xira não tinham salvação possível e ameaçavam cair sobre pessoas e bens. Esta é a explicação dada pelo presidente do município, Alberto Mesquita (PS), às várias críticas e queixas que têm surgido, de moradores e autarcas, a propósito do recente abate de árvores em diversos pontos do concelho.

“Não somos assassinos ambientais e não é nossa opção andar a cortar árvores. Mas temos de compatibilizar o equilíbrio e o bom senso. Temos de ter em consideração em primeiro lugar a segurança de pessoas e bens”, explicou o autarca na última sessão da assembleia municipal, onde o assunto foi trazido a lume por duas eleitas.

Alberto Mesquita garante que a decisão de abater algumas árvores se prende com o seu mau estado fitossanitário. “Algumas têm as folhas verdes mas as raízes estão podres”, explicou, dando como exemplo a árvore que caiu no último ano no largo da câmara e que, por pouco, não matou uma moradora que caminhava no local.

“Hoje em dia todos nós, técnicos e autarcas, têm outra consciência sobre o que temos de fazer. Não podemos colocar qualquer árvore num determinado local e não apenas a que nos dá mais jeito porque a temos no viveiro. Isto tem de ser feito de forma mais científica do que no passado”, admite. As árvores abatidas, garante o edil, são para substituir, não necessariamente nos mesmos lugares onde estiveram no passado.

Moradora ferida com queda de ramo

Este mês, na Quinta da Graciosa, Sobralinho, foram abatidos cinco eucaliptos que se encontravam junto a um parque de lazer. Local onde, em 2017, caiu um ramo da altura de dois andares e onde no Verão de 2018, recorde-se, a queda de outro ramo de um eucalipto causou ferimentos ligeiros a uma moradora.

“Lamentamos que após mais de uma década sem intervenção, apesar das muitas chamadas de atenção dos moradores, tenham sido cortados os eucaliptos. Não podemos deixar de lamentar que no período entre 1 de Fevereiro e 15 de Março tenham sido podadas 297 árvores. Nesta altura de nidificação não é a melhor altura do ano para se podar nem fazer limpeza de árvores”, criticou Adélia Gominho, eleita do Partido Pessoas, Animais e Natureza.

Do relatório apresentado aos eleitos, nesse mesmo período temporal, foram abatidas 34 árvores no concelho e plantados 26 novos exemplares. “Chama a atenção da população o facto destes abates acontecerem em ruas inteiras. No bairro do Bom Retiro a semana passada foi uma rua inteira dizimada, um abate completo, esta não é uma questão de pouca importância”, criticou também Dulce Arrojado, da bancada da CDU.

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