Sociedade | 17-05-2019 15:00

Passes sociais põem autarcas de Cartaxo e Azambuja em rota de colisão

Passes sociais põem autarcas de Cartaxo e Azambuja em rota de colisão
CRITICAS

O presidente da Câmara do Cartaxo criticou a forma como a Câmara de Azambuja tentou negociar sozinha a redução de custos dos passes sociais.

Satisfeito com a redução tarifária nos passes dos transportes públicos rodoviários nos 11 municípios da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), o presidente da Câmara do Cartaxo e vice presidente da CIMLT, Pedro Magalhães Ribeiro (PS), manifestou no entanto a sua indignação com a forma como o município vizinho de Azambuja, igualmente de maioria socialista, tentou, de forma isolada, negociar com a CP e a Área Metropolitana de Lisboa (AML) a redução dos passes ferroviários.

Pedro Ribeiro referiu na última reunião pública de câmara que a redução tarifária resulta de “uma negociação da CIMLT” que representa “uma grande conquista para todos” os municípios, mas deu nota negativa ao comportamento dos autarcas do município vizinho. “Há uma coisa que a Azambuja ia conseguindo: destruir a coesão que sempre existiu dentro da CIMLT”, atirou o autarca do Cartaxo.

Na opinião de Pedro Ribeiro, durante as negociações houve dez municípios que se mostraram “unidos e depois um outro – Azambuja - que tentou correr por fora”, numa tentativa de “quebrar a coesão que existe e sempre existiu” na Lezíria do Tejo.

Outra mensagem deixada por Pedro Ribeiro foi que o executivo de maioria socialista na Câmara de Azambuja tentou evidenciar-se “para, do ponto de vista político, ter algum ganho”.

Acusações e considerações que o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), rejeita, dizendo a O MIRANTE que nunca foi sua intenção destruir a coesão na CIMLT. O autarca assegura ainda que “nunca quis sair da CIMLT ou deixar os restantes colegas sozinhos”, e que não é por o seu concelho ter um passe a 40,50 euros, que vai retirar força aos restantes. “O que eu disse foi que se a CIMLT não conseguisse com alguma rapidez resolver o problema, a Câmara de Azambuja estaria disponível para tentar negociar sozinha com a CP e suportar as despesas”. Esse, diz, “era o plano B”.

Tal como O MIRANTE deu nota em Janeiro último, Luís de Sousa e o vereador da Câmara de Azambuja Silvino Lúcio (PS) chegaram a sentar-se à mesa com representantes da AML, numa tentativa de conseguirem a redução tarifária. O presidente justifica essas reuniões, dizendo que Azambuja “andou sempre debaixo de grande pressão” na questão dos passes sociais e que por esse motivo tinham de defender os interesses dos seus munícipes.

Recorde-se que a CIMLT conseguiu negociar para Azambuja a implementação de um complemento ao passe Navegante Metropolitano pelo valor de 40,50 euros que contempla o comboio até Lisboa e todos os transportes dentro da AML. Para os restantes 10 municípios, no âmbito do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), a comunidade intermunicipal reduziu em 35 por cento o custo dos passes rodoviários e em 30% para os ferroviários.

Estação das Virtudes ficou de fora

Os 46 utilizadores que apanham o comboio para Lisboa na estação ferroviária das Virtudes, no concelho de Azambuja, não estão abrangidos pelo complemento ao passe Navegante, de 40,50 euros. A redução negociada entre a CP e a CIMLT funciona apenas nas estações de Azambuja e Vila Nova da Rainha. Uma situação que Luís de Sousa tem intenção de reverter, assegurando que a autarquia está disponível para negociar com a CP e suportar os custos, caso a CIMLT não consiga, num curto espaço de tempo, alargar a medida às estações ferroviárias da Lezíria.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo