Sociedade | 14-06-2019 15:00

No Palácio da Flamenga roubaram tudo o que havia para levar

No Palácio da Flamenga roubaram tudo o que havia para levar
RUÍNA

Estado deixou um património valioso degradar-se até à ruína completa.

O Palácio da Flamenga, em Vialonga, também conhecido entre as gentes da terra como o antigo hospital, está num estado de puro abandono e entregue ao vandalismo. E o pouco património histórico ali existente continua a ser roubado: primeiro foram dois mil azulejos do século XVII que decoravam a capela dedicada a Santo António, depois um relógio de sol e agora os brasões talhados na pedra que ornamentavam várias arcadas.

O velho palácio está sem vigilância, com as paredes cobertas de grafitis, com o interior completamente vandalizado e coberto de lixo e restos de materiais furtados. O imóvel é propriedade do Estado, entidade que pouco ou nada tem feito nas últimas décadas para o preservar. E os ladrões vão aproveitando, já que a falta de fiscalização permite que toda a gente se sirva à vontade e sem vergonha.

“Há carrinhas que são vistas com gente a ir lá dentro buscar peças, tenho gente a ligar para a junta a alertar para isso”, lamenta José António Gomes, presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, que vê com tristeza o estado daquele edifício. “Ao longo dos anos tem sido muito delapidado mas as entidades oficiais e o Estado deviam zelar mais pela conservação do pouco património que ainda existe. Devíamos poder ir lá buscar algumas peças e guardá-las para memória futura”, confessa a O MIRANTE.

Fernando Brites tem 68 anos e veio morar para Vialonga na década de 90. Na altura o palácio ainda era um edifício preservado. Hoje é uma ruína. “É albergue de drogados e pior, as crianças das escolas gostam de ir lá para dentro brincar e aquilo é perigoso. Já houve um incêndio grande há uns anos e pode ruir alguma coisa. É absolutamente condenável o país nunca ter tomado medidas para salvaguardar este património”, critica.

O MIRANTE contactou a Direcção Geral do Património Cultural sobre este assunto mas não recebeu qualquer resposta até à data de fecho desta edição.

Para o edifício chegou a estar planeada uma unidade de cuidados continuados mas os promotores desistiram por falta de apoios e a Câmara de Vila Franca de Xira abdicou do protocolo de cedência em direito de superfície que assinara com o Estado. No palácio funcionou, até 1989, uma extensão do hospital de Vila Franca de Xira. Desde essa altura que o espaço tem vindo a cair no esquecimento.

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