A Palavra dos Leitores | 07-12-2011 01:02

Municípios cortam na iluminação de Natal e poupam milhares de euros

É um erro acabar com as iluminações de Natal com base nos custos. Mas em Portugal somos todos um pouco zarolhos. Só vemos os assuntos com um olho e tomamos as decisões sem equacionar devidamente tudo e sem medir as consequências. As iluminações não são apenas assunto do comércio. Têm a ver com a vida das cidades nesta altura do ano. Influenciam estados de alma. Fazem parte da realidade social. Há que manter a funcionar aquilo que é essencial para o bem estar psíquico de muita gente e para o bem estar social. Não vejam as luzes de Natal apenas como um chamariz para o comércio. Há muitas cidades onde as pessoas saem à rua só para ver as iluminações mesmo não tendo dinheiro para compras. Vão ver as iluminações para aquecer a alma e ganhar alento para enfrentar a crise. Para se sentirem reconfortadas. Fazer mais negras as noites negras não é a melhor forma de dar ânimo aos cidadãos. É como aqueles burgessos que defendem que em tempo de privações não deve gastar-se dinheiro em cultura. Não foi por acaso que a Fundação Calouste Gulbenkian mandou carrinhas carregadas de livros para as aldeias do Portugal Salazarista em vez de mandar camionetas com pacotes de arroz e massa. As histórias de Natal falam de uma estrela avistada por pastores e Reis Magos e a sua luz era um sinal de esperança. Nós também precisamos de uma luz simbólica que nos ilumine na escuridão destes dias. Coitados dos políticos que trocam os símbolos de esperança por mais pacotes de esparguete. Se querem apagar alguma coisa, apaguem os desperdícios e as mordomias.Filipa Mendes de Carvalhohttp://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=524&idSeccao=8679&id=79313&Action=noticia&title=Comentários

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