Crónicas do Brasil | 08-07-2016 13:46

O momento político do Brasil nas redes sociais

A renúncia do deputado Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara afastado, é uma manobra política. A renúncia deixa uma brecha para o Planalto eleger um presidente da Câmara subserviente como Cunha.

Caça às bruxas: Michel Temer escalou seus auxiliares no Gabinete Civil para cumprir uma tarefa diária: caçar simpatizantes do PT dentro do governo. O rastreamento dos suspeitos é feito nas redes sociais e buscam também por registros de filiação nos sites dos partidos. Os nomes encontrados vão cair nas mãos do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para imediata exoneração.

A renúncia do deputado Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara afastado, é uma manobra política. A renúncia deixa uma brecha para o Planalto eleger um presidente da Câmara subserviente como Cunha, jogando para escanteio o atual presidente da Casa, Waldir Maranhão, sobre quem o interino Temer não tem controle. A ordem é neutralizar as ações de Maranhão e engavetar o pedido de impeachment de Temer feito pelo ex-governador do Ceará Cid Gomes. O acordão final é salvar o mandato de Cunha para que possa voltar à Casa e continuar trabalhando pelo presidente golpista.

Um dos diretores da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) foi desmoralizado pateticamente em Viena, onde esteve no dia 27 de junho. Ao proferir palestra na sede da Câmara de Comércio da Áustria, o chefe do Departamento de Relações Internacionais e Comércio da Fiesp Thomaz Zanotto afirmou: “Vocês têm que pensar em Al Capone. Al Capone não foi preso por causa dos seus assassinatos e crimes, mas por causa de sonegação fiscal. É a mesma coisa com Dilma Roussef. O impeachment é por causa das pedaladas fiscais”.

Zanotto foi “vender” o Brasil, como os homens da Fiesp gostam de dizer, e achou que a plateia de empresários austríacos fosse formada por aborígines dispostos a comprar seus espelhinhos, mas não era, escreveu o jornalista Kiko Nogueira no DCM (Diário do Centro do Mundo). Zanotto não resistiu às perguntas da audiência, foi ficando nervoso e repetia incessantemente o mantra: “Nós estamos seguindo a Constituição”.

“Esse processo de impeachment não é promovido para atingir ou punir alguma situação ilícita. Foi feito para afastar a presidenta eleita por razões políticas, e algumas bastante sinistras”, afirma José Eduardo Cardozo, Advogado-Geral da União afastado, que defende a presidenta Dilma no golpe em marcha no Senado Federal.

Temer afirmou que sancionará o Dia da Mídia Evangélica se o assunto for aprovado pelo Congresso. O líder do PRB (Partido Republicano Brasileiro) no Senado e suplente do senador licenciado Marcelo Crivella – pastor evangélico que concorrerá à prefeitura do Rio —, Eduardo Lopes (RJ), trabalha em um projeto de lei para fixar a data comemorativa, que seria em 26 de junho. Lopes foi um dos senadores a ser recebido por Temer nos últimos dias, a pouco mais de um mês para a votação definitiva do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. (A bilionária verba de publicidade do governo está sendo negociada com a mídia evangélica).

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