No Brasil pandêmico muitas pessoas ainda gemem de dor, na tentativa de se livrar do vírus da Covid-19. Porque após 11 meses de contaminação, batemos o recorde de mortes por dia, 1480. Talvez a mesma eutanásia, cujos parlamentares Portugueses já aprovaram, apenas aguardando a sanção do Presidente, possa aliviar as dores dos parentes e doentes brasileiros. Não há agonia que suporte tamanho descaso do governo brasileiro com seu povo. Foi a indiferença nos cuidados da saúde da população, que nos levou ao novo máximo de mortes.

O estado do Amazonas, bate recordes de contaminação. Há duas semanas faltaram oxigênio nos hospitais, leitos nas UTIs, e profissionais da saúde, para atender o povo agonizante. A empresa White Martins, maior fornecedora desse gás para a cidade de Manaus, comunicou em sete de janeiro.
- vai faltar oxigênio.

O despreparo de um governo e sua população, culminou na falta de gás aos hospitais. Como não vivemos sem ele, deve ser consumido com planejamento, e muita sensatez em seus estoques. Mas para uma população, que circula as pencas na rua, e teima se amontoar no comércio e festas, mesmo na temporada de chuvas, que favorece a proliferação de vírus, não bastou o ataque do corona para realizarem uma quarentena adequada.
Agora, uma nova cepa desse vírus, desembarcou em nosso solo, talvez tenha vindo de avião, pois sua chegada foi rápida e rasteira como na Europa.

Nossa produção de insumos farmacêuticos, importantes no tratamento aos pacientes de UTI, é somente 5% do que é consumido por aqui.

A dependência de importação das principais drogas, se mantém perigosa, em função dos custos sempre elevados, e dos monopólios industriais, típicos de grandes fabricantes.

Essa é mais uma notícia triste à nossa saúde; pois esse governo, especializado em destruir uma nação, mantém nosso povo dependendo da tecnologia e conhecimento de outros países.
Nos planos de 2021, nosso Presidente Jair, decidiu ampliar o problema. Cortou 68,9% da cota de importação de equipamentos e insumos sem taxação; todos destinados a pesquisa científica. Essa medida, afeta principalmente as ações desenvolvidas no combate á pandemia, através do instituto Butantã e da Fiocruz.
Como escreveu Nelson Rodrigues, em seu livro publicado em 1992, essa é "A vida como ela é", com suas dores e amores. No ritmo que vivemos, nos parece que tantas dores não permitirão espaço para uma vida digna. Tentaram atenuar a pandemia com os comprimidos fake, porém, o número de mortes decretou a falência dessa ideia, e o distanciamento da ciência, completou a incompetência desse governo.

Por vezes nos dá vontade de "Dar ás de vila-diogo" do Brasil.

Raul Tartarotti
Eng. Biomédico
Escritor
Porto Alegre-RS-Brasil