Crónicas do Brasil | 27-02-2021 11:42

Petrobrás perde 100 bilhões em dois dias

Jair Bolsonaro trocou o presidente da Petrobrás, a quinta maior empresa mundial de exploração de petróleo, sem dar conta ao mercado. Resultado; os investidores fufiram e as acções cairam mais de 20% coisa nunca vista nom país. O general Joaquim Silva e Luna é o novo presidente da empresa.

Na segunda-feira 22 de fevereiro, a maior empresa brasileira de mercado aberto, levou um tombo na bolsa de valores de São Paulo, nunca antes visto na história do país.

Tudo por causa da decisão intempestiva do presidente Jair Bolsonaro, em trocar o presidente da Petrobrás. Após uma semana de aumentos da gasolina e óleo diesel, o governo resolveu por decreto militar, como de hábito, trocar o presidente da quinta maior empresa mundial de exploração de petróleo. Foi indicado para esse cargo, o general Joaquim Silva e Luna, em substituição a um dos Chicago Boys do ministro da economia Paulo Guedes.

É claro que os investidores mundiais não gostaram nada disso. Ações militares e política completamente descabida, acabaram por espantar do Brasil, grandes acionistas, que venderam seus papéis aos milhares. E assim tem sido aplicada a política do imbróglio governamental no Brasil. Um país pobre e já calejado de tanto levar pontapés, por causa das péssimas decisões de políticos populistas, agora passa pelo derretimento de ações de empresa pública.

A recomendação de analistas é de que não vendam ações da Petrobrás nesse momento, mas que também não é hora de comprar em função da instabilidade econômica, e indefinição dos rumos da empresa.

As ações da Petrobrás despencaram 20,47% em 2 dias de pregão; índice que leva anos para que investidores cheguem nesse patamar de lucro com ações, e agora perdidos em algumas horas de negociações. A CVM (comissão de valores imobiliários), abriu investigação após o anúncio da troca do presidente. Pela legislação societária, empresas listadas em bolsa, devem comunicar informações importantes, como essa, por meio de um fato relevante, o que não aconteceu.

Com o ano eleitoral se aproximando (2022), paira no ar, uma grande preocupação do presidente Jair e sua equipe. Iniciar desde já seu objetivo de privatização de estatais, começando pela Petrobrás. A venda de ativos não essenciais, principalmente as refinarias, pode desanimar compradores ou diminuir o tíquete de suas ofertas.

A prova da asneira decidida pelo presidente do Brasil, se dissemina nos mercados mundiais. A maior gestora inglesa de ativos, a Aberdeen Standard Investments, enviou carta ao Conselho da Petrobrás alertando que esse tipo de manobra corre o risco de "retorno ao passado", quando o Brasil sofreu muito nas mãos de governos incompetentes. Sugeriu que a busca de autonomia condiz com a condução da melhor forma, e melhores práticas na implementação dos processos.

Étore Sanchez, economista chefe de uma das maiores corretoras do Brasil, a Ativa, disse que "O discurso do Bolsonaro foi populista, se valendo de uma tentativa de colocar o povo como explorado".

A reação do mercado em sair disparado vender muito, explica a reação de investidores. O que aconteceu não ajuda a convencer o estrangeiro voltar investir no Brasil", disse Will Landers chefe de renda variável do BTG Pactual.

Todas manifestações após a perda descomunal de dividendos, comprovam a insanidade das metas, escondidas numa manobra populista e eleitoral.

O povo paga a conta sem direito a jantar, e como se não bastasse vai ter que lavar os pratos.

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